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Irã alerta que guerra com EUA significaria o "colapso" de Israel

Montagem com o presidente dos EUA Donald Trump e o do Irã, Hassan Rouhani - Montagem com AFP Photo e Presidência do Irã
Montagem com o presidente dos EUA Donald Trump e o do Irã, Hassan Rouhani Imagem: Montagem com AFP Photo e Presidência do Irã

Em Teerã

08/08/2019 10h25

O chefe da Guarda Revolucionária do Irã, general Hossein Salami, afirmou hoje que os Estados Unidos não querem entrar em guerra com o Irã porque sabem que isso deixaria Israel exposto a "uma ameaça em grande escala e a um colapso irreversível".

Em entrevista à televisão estatal, Salami alertou que um conflito não ficaria limitado às fronteiras do Irã. Segundo o militar, aconteceria "uma explosão de guerra, fogo e perigo por todas partes".

"Tenho certeza que os sionistas e os aliados regionais (dos EUA, como a Arábia Saudita, por exemplo) não têm interesse na guerra porque sabem que a escala geográfica dessa guerra seria expansiva", argumentou.

O comandante do corpo militar de elite iraniano ressaltou que esses países "incentivaram" os EUA no passado a iniciarem uma guerra contra o Irã, mas que depois perceberam que o conflito "ameaçaria os seus sistemas políticos", por isso "ficaram em silêncio".

"O inimigo (EUA) é muito consciente de que qualquer nova guerra pode expor o regime sionista (Israel) a uma ameaça em grande escala e a um colapso irreversível", ressaltou Salami, que destacou a influência iraniana na Síria, no Líbano e na Palestina.

O Irã respalda o regime sírio e os grupos Hezbollah, no Líbano, e Hamas, na Palestina, que formam o chamado "Eixo de Resistência" contra Israel.

A tensão entre Irã e EUA aumentou desde que o presidente americano, Donald Trump, decidiu - em maio de 2018 - retirar o país do acordo nuclear com o Irã e voltar a impor sanções.

Os Estados Unidos também aumentaram o desdobramento militar no golfo Pérsico, onde nos últimos meses ocorreram ataques a petroleiros e navios-cisterna dos quais Washington responsabilizou Teerã.

As autoridades iranianas negaram envolvimento nos incidentes, mas reconheceram ter destruído em junho um drone americano que, segundo Teerã, violou o seu espaço aéreo, informação negada pelos EUA.

Além disso, em abril os EUA passaram a classificar a Guarda Revolucionária como grupo terrorista. O Irã adotou uma medida recíproca com as tropas americanas enviadas ao Oriente Médio.