Catalães protestam pela independência ao lado de Puigdemont
Catalães protestam pela independência ao lado de Puigdemont - Ao menos 100 mil separatistas se dirigem a cidade no sul da França para defender "república" da Catalunha. Ato ocorre no outro lado da fronteira para que ex-líder catalão exilado pudesse comparecer.Dezenas de milhares de apoiadores da independência da Catalunha participaram de um grande evento na cidade de Perpignan, no sul da França, neste sábado (29/02). Os manifestantes se reuniram em apoio ao ex-líder catalão Carles Puigdemont, que esteve no local.
A manifestação ocorreu em território francês, a cerca de 30 quilômetros da fronteira com a Espanha, para que Puigdemont pudesse comparecer. Exilado, o europarlamentar é considerado um fugitivo pelas autoridades espanholas após declarar a independência da Catalunha em 2017.
Sob o lema "A república no centro do mundo", em referência a sua almejada república, o ato em Perpignan visou ser uma demonstração de força, num momento em que os separatistas catalães desejam atrair atenção internacional para sua luta.
A aliança política do movimento de Puigdemont, Junts per Catalunya (Juntos pela Catalunha), concorrerá com outros separatistas nas próximas eleições regionais na Catalunha. A votação ainda não tem data marcada.
Em discurso nesta sábado, Puigdemont insistiu que os separatistas não desistirão de sua causa e pediu aos defensores que se preparem para uma "luta final" a favor da independência.
"Alcançar a independência não tem sido fácil, e sabíamos que não seria", afirmou Puigdemont aos apoiadores reunidos. "Sabemos que não vamos desistir, e eles não vão nos parar."
"Precisamos nos preparar para a luta final, contornando erros, dúvidas e fraquezas", acrescentou o ex-líder regional. "Catalães, preparem-se. Viva a Catalunha!"
Puigdemont também pediu uma "mobilização permanente" contra um "regime monárquico, herdeiro direto do franquismo", referindo-se ao ex-ditador da Espanha Francisco Franco.
Autoridades locais estimaram que ao menos 100 mil pessoas estiveram reunidas em Perpignan, enquanto organizadores falam em 150 mil presentes. O atual líder catalão, Quim Torra, e outras figuras importantes do movimento de independência participaram do evento.
Na noite de sexta-feira, Puigdemont ainda participou de uma partida de rúgbi em Perpignan e foi recebido pelo prefeito da cidade, Jean-Marc Pujol.
O catalão ainda não havia se arriscado a viajar à França, onde a polícia e o Poder Judiciário trabalham em estreita colaboração com o governo espanhol. O cenário mudou depois que ele recebeu imunidade como membro do Parlamento Europeu.
A viagem ao sul francês marca o momento em que Puigdemont esteve mais próximo da Espanha desde que fugiu do país em outubro de 2017, após um referendo sobre a independência catalã.
A votação, declarada ilegal pela Justiça espanhola, levou a uma breve declaração de independência por parte dos líderes regionais, o que mergulhou a Espanha em sua maior crise política em décadas.
Hoje exilado na Bélgica, Puigdemont não pode voltar à Espanha, onde é procurado sob acusações de sedição e uso indevido de fundos públicos por seu papel na declaração de independência. Todas as tentativas de extraditá-lo até agora fracassaram, e ele não pode mais ser preso na França por conta da imunidade parlamentar.
A Constituição da Espanha afirma que o país é indivisível. Mas como outras regiões espanholas, a Catalunha tem autonomia financeira, administrativa e legislativa. Cerca de metade da população de 7,5 milhões de pessoas é a favor da independência.
EK/ap/rtr/afp
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
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A manifestação ocorreu em território francês, a cerca de 30 quilômetros da fronteira com a Espanha, para que Puigdemont pudesse comparecer. Exilado, o europarlamentar é considerado um fugitivo pelas autoridades espanholas após declarar a independência da Catalunha em 2017.
Sob o lema "A república no centro do mundo", em referência a sua almejada república, o ato em Perpignan visou ser uma demonstração de força, num momento em que os separatistas catalães desejam atrair atenção internacional para sua luta.
A aliança política do movimento de Puigdemont, Junts per Catalunya (Juntos pela Catalunha), concorrerá com outros separatistas nas próximas eleições regionais na Catalunha. A votação ainda não tem data marcada.
Em discurso nesta sábado, Puigdemont insistiu que os separatistas não desistirão de sua causa e pediu aos defensores que se preparem para uma "luta final" a favor da independência.
"Alcançar a independência não tem sido fácil, e sabíamos que não seria", afirmou Puigdemont aos apoiadores reunidos. "Sabemos que não vamos desistir, e eles não vão nos parar."
"Precisamos nos preparar para a luta final, contornando erros, dúvidas e fraquezas", acrescentou o ex-líder regional. "Catalães, preparem-se. Viva a Catalunha!"
Puigdemont também pediu uma "mobilização permanente" contra um "regime monárquico, herdeiro direto do franquismo", referindo-se ao ex-ditador da Espanha Francisco Franco.
Autoridades locais estimaram que ao menos 100 mil pessoas estiveram reunidas em Perpignan, enquanto organizadores falam em 150 mil presentes. O atual líder catalão, Quim Torra, e outras figuras importantes do movimento de independência participaram do evento.
Na noite de sexta-feira, Puigdemont ainda participou de uma partida de rúgbi em Perpignan e foi recebido pelo prefeito da cidade, Jean-Marc Pujol.
O catalão ainda não havia se arriscado a viajar à França, onde a polícia e o Poder Judiciário trabalham em estreita colaboração com o governo espanhol. O cenário mudou depois que ele recebeu imunidade como membro do Parlamento Europeu.
A viagem ao sul francês marca o momento em que Puigdemont esteve mais próximo da Espanha desde que fugiu do país em outubro de 2017, após um referendo sobre a independência catalã.
A votação, declarada ilegal pela Justiça espanhola, levou a uma breve declaração de independência por parte dos líderes regionais, o que mergulhou a Espanha em sua maior crise política em décadas.
Hoje exilado na Bélgica, Puigdemont não pode voltar à Espanha, onde é procurado sob acusações de sedição e uso indevido de fundos públicos por seu papel na declaração de independência. Todas as tentativas de extraditá-lo até agora fracassaram, e ele não pode mais ser preso na França por conta da imunidade parlamentar.
A Constituição da Espanha afirma que o país é indivisível. Mas como outras regiões espanholas, a Catalunha tem autonomia financeira, administrativa e legislativa. Cerca de metade da população de 7,5 milhões de pessoas é a favor da independência.
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