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Justiça decide que Novak Djokovic deve deixar a Austrália
Justiça decide que Novak Djokovic deve deixar a Austrália - Três juízes confirmaram a decisão do ministro da Imigração da Austrália, Alex Hawke, de cancelar o visto do sérvio por ele não ter se vacinado contra a covid-19. Atleta não poderá disputar o Aberto da Austrália.O Tribunal Federal australiano indeferiu neste domingo (16/01) o recurso do tenista Novak Djokovic contra uma ordem de deportação, argumentando que a decisão do atleta de não se vacinar contra a covid-19 representa um risco para a população.
Assim, o tenista número 1 do mundo terá que deixar o país e não disputará o Aberto da Austrália, que começa nesta segunda-feira. Ele já venceu nove vezes o campeonato e buscava seu décimo título.
Três juízes do Tribunal Federal confirmaram a decisão tomada na sexta-feira pelo ministro da Imigração da Austrália, Alex Hawke, de cancelar o visto do sérvio, de 34 anos, por motivos de interesse público. A saga da estadia de Djokovic na Austrália já dura mais de 10 dias.
"Hoje [sexta-feira] eu exerci meu poder de cancelar o visto do senhor Novak Djokovic por motivos de saúde e ordem, com base no interesse público", disse o ministro Hawke em comunicado, após anunciar a decisão.
Poucas horas depois, a equipe jurídica de Djokovic solicitou uma liminar para que ele pudesse permanecer na Austrália e buscar o décimo título do Aberto.
A Austrália tem uma política que não permite o ingresso de quem não é cidadão australiano ou não mora no país e que não esteja totalmente vacinado contra a covid-19. Isenções médicas - como a que Djokovic argumentou ter apresentado - são aceitas, mas o governo australiano disse que o tenista não forneceu justificativa adequada para tal isenção.
Djokovic anunciou publicamente que não se vacinou. Ele, portanto, queria entrar na Austrália com uma permissão especial, justificando que teve a covid-19 em dezembro, o que permitiria sua entrada no país. No entanto, há inconsistências em seu exame positivo que pode, inclusive,ter sido manipulado, de acordo com o revista alemã Der Spiegel.
Além disso, ele mentiu no formulário de entrada na Austrália, fato pelo qual culpou seu agente.
Agitação civil e mau exemplo
Em documentos pedindo sua deportação, as autoridades australianas argumentaram que a presença de Djokovic no país "pode ??fomentar o sentimento antivacinação". Para Hawke, a presença do tenista na Austrália poderia incitar "agitação civil" e encorajar outros a evitar a imunização contra covid-19.
Hawke admitiu que Djokovic significava um "risco insignificante para aqueles ao seu redor". No entanto, ele é visto por alguns como "um talismã de uma comunidade de sentimento antivacina".
De acordo com Hawke, a postura de se negar a se vacinar, de mentir no formulário e até mesmo de participar de eventos após ter afirmando testar positivo contra covid-19 pode incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo.
Reações na Sérvia
O tratamento de Djokovic provocou reações ferozes na Sérvia, país natal do tenista e onde ele é visto como herói nacional.
Nas redes sociais, o presidente da Sérvia, Aleksandar Vu?i?, falou em "assédio" e "caça às bruxas política" visando "o melhor tenista do mundo". O Ministério das Relações Exteriores da Sérvia afirmou que Djokovic foi "atraído para a Austrália para ser humilhado".
Entenda o caso
Djokovic chegou a Melbourne em 5 de janeiro para disputar o Aberto da Austrália. Cético da vacinação, ele viajou sem apresentar comprovante de imunização, amparado apenas por uma isenção médica que havia sido concedida pelos organizadores do torneio e autoridades estaduais de Melbourne. O governo federal, responsável pelas fronteiras internacionais e pelos vistos, não participou do processo de isenção. Para obter sua isenção, Djokovic argumentara que havia tido covid-19 em 16 dezembro e que havia se recuperado.
O anúncio da isenção, feito pelo próprio atleta em suas redes sociais, imediatamente provocou críticas na Austrália, onde mais de 90% das pessoas com mais de 16 anos receberam duas doses de vacina contra a covid-19. Melbourne também teve o lockdown mais longo do mundo para conter o coronavírus, e recentemente um surto da nova variante ômicron levou os números de casos a níveis recordes.
Antes mesmo de Djokovic desembarcar em Melbourne, as autoridades federais do país avisaram que ele precisaria justificar essa isenção, ou seria colocado "no próximo avião para casa". Após o desembarque, o tenista teve sua entrada no país recusada e ficou retido no aeroporto de Melbourne sob a alegação de não ter mostrado "evidências adequadas para atender aos requisitos de entrada no país".
Depois de permanecer oito horas no aeroporto e ter seu visto cancelado, Djokovic foi colocado em um hotel especial da imigração australiana.
Na última segunda-feira, Djokovic ganhou tempo ao conseguir reverter o cancelamento do visto nos tribunais. O juiz do caso entendeu que o governo australiano não respeitou um prazo concedido inicialmente a Djokovic para que o tenista apresentasse sua defesa.
No entanto, mesmo perdendo a disputa judicial, o governo australiano avisou que ainda tinha poder para cancelar o visto de Djokovic por meio de uma medida executiva. Foi o que finalmente aconteceu nesta sexta-feira.
le (ots)
Assim, o tenista número 1 do mundo terá que deixar o país e não disputará o Aberto da Austrália, que começa nesta segunda-feira. Ele já venceu nove vezes o campeonato e buscava seu décimo título.
Três juízes do Tribunal Federal confirmaram a decisão tomada na sexta-feira pelo ministro da Imigração da Austrália, Alex Hawke, de cancelar o visto do sérvio, de 34 anos, por motivos de interesse público. A saga da estadia de Djokovic na Austrália já dura mais de 10 dias.
"Hoje [sexta-feira] eu exerci meu poder de cancelar o visto do senhor Novak Djokovic por motivos de saúde e ordem, com base no interesse público", disse o ministro Hawke em comunicado, após anunciar a decisão.
Poucas horas depois, a equipe jurídica de Djokovic solicitou uma liminar para que ele pudesse permanecer na Austrália e buscar o décimo título do Aberto.
A Austrália tem uma política que não permite o ingresso de quem não é cidadão australiano ou não mora no país e que não esteja totalmente vacinado contra a covid-19. Isenções médicas - como a que Djokovic argumentou ter apresentado - são aceitas, mas o governo australiano disse que o tenista não forneceu justificativa adequada para tal isenção.
Djokovic anunciou publicamente que não se vacinou. Ele, portanto, queria entrar na Austrália com uma permissão especial, justificando que teve a covid-19 em dezembro, o que permitiria sua entrada no país. No entanto, há inconsistências em seu exame positivo que pode, inclusive,ter sido manipulado, de acordo com o revista alemã Der Spiegel.
Além disso, ele mentiu no formulário de entrada na Austrália, fato pelo qual culpou seu agente.
Agitação civil e mau exemplo
Em documentos pedindo sua deportação, as autoridades australianas argumentaram que a presença de Djokovic no país "pode ??fomentar o sentimento antivacinação". Para Hawke, a presença do tenista na Austrália poderia incitar "agitação civil" e encorajar outros a evitar a imunização contra covid-19.
Hawke admitiu que Djokovic significava um "risco insignificante para aqueles ao seu redor". No entanto, ele é visto por alguns como "um talismã de uma comunidade de sentimento antivacina".
De acordo com Hawke, a postura de se negar a se vacinar, de mentir no formulário e até mesmo de participar de eventos após ter afirmando testar positivo contra covid-19 pode incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo.
Reações na Sérvia
O tratamento de Djokovic provocou reações ferozes na Sérvia, país natal do tenista e onde ele é visto como herói nacional.
Nas redes sociais, o presidente da Sérvia, Aleksandar Vu?i?, falou em "assédio" e "caça às bruxas política" visando "o melhor tenista do mundo". O Ministério das Relações Exteriores da Sérvia afirmou que Djokovic foi "atraído para a Austrália para ser humilhado".
Entenda o caso
Djokovic chegou a Melbourne em 5 de janeiro para disputar o Aberto da Austrália. Cético da vacinação, ele viajou sem apresentar comprovante de imunização, amparado apenas por uma isenção médica que havia sido concedida pelos organizadores do torneio e autoridades estaduais de Melbourne. O governo federal, responsável pelas fronteiras internacionais e pelos vistos, não participou do processo de isenção. Para obter sua isenção, Djokovic argumentara que havia tido covid-19 em 16 dezembro e que havia se recuperado.
O anúncio da isenção, feito pelo próprio atleta em suas redes sociais, imediatamente provocou críticas na Austrália, onde mais de 90% das pessoas com mais de 16 anos receberam duas doses de vacina contra a covid-19. Melbourne também teve o lockdown mais longo do mundo para conter o coronavírus, e recentemente um surto da nova variante ômicron levou os números de casos a níveis recordes.
Antes mesmo de Djokovic desembarcar em Melbourne, as autoridades federais do país avisaram que ele precisaria justificar essa isenção, ou seria colocado "no próximo avião para casa". Após o desembarque, o tenista teve sua entrada no país recusada e ficou retido no aeroporto de Melbourne sob a alegação de não ter mostrado "evidências adequadas para atender aos requisitos de entrada no país".
Depois de permanecer oito horas no aeroporto e ter seu visto cancelado, Djokovic foi colocado em um hotel especial da imigração australiana.
Na última segunda-feira, Djokovic ganhou tempo ao conseguir reverter o cancelamento do visto nos tribunais. O juiz do caso entendeu que o governo australiano não respeitou um prazo concedido inicialmente a Djokovic para que o tenista apresentasse sua defesa.
No entanto, mesmo perdendo a disputa judicial, o governo australiano avisou que ainda tinha poder para cancelar o visto de Djokovic por meio de uma medida executiva. Foi o que finalmente aconteceu nesta sexta-feira.
le (ots)
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