Partido governista vence eleições de Angola
Partido governista vence eleições de Angola - No poder há quase meio século, MPLA do presidente João Lourenço vence eleições, mas perde maioria parlamentar de dois terços em disputa acirrada. Apesar do crescimento, oposição reclama da contagem.O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), do presidente João Lourenço, e legenda que governa o país há quase 50 anos, venceu as eleições gerais desta quarta-feira com 51,7% dos votos, de acordo com os resultados provisórios anunciados nesta quinta-feira (25/08) pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) após apuração de 97,03% dos votos.
Segundo a CNE, o MPLA obteve pouco mais de 3,16 milhões de votos, o equivalente a 124 dos 220 assentos na Assembleia Nacional. O principal partido da oposição, a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), liderada por Adalberto Costa Júnior, ficou na segunda posição com 44,5%, embora tenha afirmado no início da votação que os dados não são "confiáveis".
A Unita obteve pouco mais de 2,72 milhões de votos, o que se traduz em 90 lugares, o melhor resultado da sua história. De acordo com a Constituição angolana, o líder do partido que obtiver mais assentos torna-se automaticamente o presidente do país.
Estes números, pendentes de aprovação pelo Tribunal Constitucional, conferem a Lourenço o seu segundo mandato consecutivo de cinco anos e prolongam a hegemonia do MPLA, partido que governa Angola desde a sua independência de Portugal, em 1975. No entanto, o MPLA sofre um revés notável em relação às eleições de 2017, quando obteve 61% dos votos (150 lugares).
Apesar do resultado histórico da Unita, seu candidato a vice-presidente, Abel Chivukuvuku, já questionava os dados oficiais, ao afirmar que os números do seu partido mostravam "uma tendência para a Unita vencer em todo o país".
"Esses indicadores não são confiáveis", disse Chivukuvuku sobre os números oficiais.
Angola realizou nesta quarta-feira as eleições gerais consideradas as mais competitivas desde a introdução do sistema democrático multipartidário em 1992.
Oito formações disputavam os 220 assentos na Assembleia Nacional nas quintas eleições desde 1992, para as quais foram convocados quase 14,3 milhões de eleitores (de uma população total de cerca de 33 milhões de habitantes).
O presidente de Angola e líder do MPLA, João Lourenço, de 68 anos e que chegou ao poder em 2017, teve como principal adversário nestas eleições Costa Júnior, 60 anos, líder da Unita desde 2019.
Guerra civil
Com uma orientação marxista e nacionalista, o partido do governo travou uma guerra civil com a Unita de 1975 a 2002 de que Lourenço participou, ao contrário do seu adversário, que não lutou no conflito armado.
O MPLA tem sido criticado por não combater os altos níveis de inflação, pobreza e desemprego em um país que é o segundo maior produtor de petróleo da África – setor que representa mais de 70% da renda do Estado –, mas onde, segundo o Banco Mundial, mais de 56% da população vive em condição de pobreza.
Por seu lado, o partido de centro-direita Unita é popular nos centros urbanos e procurou o voto dos jovens cansados do domínio do MPLA e afetados pelo elevado desemprego.
Costa Júnior, que conseguiu melhorar muito os resultados de seu partido em 2017 (obteve então 26,7% dos votos sob a liderança de Isaías Samakuva), não conseguiu, no entanto, alcançar a conquista histórica de tirar o MPLA do poder.
Até agora, o MPLA detinha a maioria absoluta na Assembleia Nacional com 150 lugares, enquanto a UNITA tinha apenas 51.
Estas eleições também se destacam por serem as primeiras sem o histórico ex-presidente José Eduardo dos Santos, que foi sucedido por Lourenço em 2017 como chefe de Estado. Dos Santos, que governou Angola com mão de ferro por quase quatro décadas e foi acusado por seus detratores de criar um dos regimes mais corruptos da África, morreu em julho passado em Barcelona, na Espanha, aos 79 anos.
md (EFE, Reuters)
Segundo a CNE, o MPLA obteve pouco mais de 3,16 milhões de votos, o equivalente a 124 dos 220 assentos na Assembleia Nacional. O principal partido da oposição, a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), liderada por Adalberto Costa Júnior, ficou na segunda posição com 44,5%, embora tenha afirmado no início da votação que os dados não são "confiáveis".
A Unita obteve pouco mais de 2,72 milhões de votos, o que se traduz em 90 lugares, o melhor resultado da sua história. De acordo com a Constituição angolana, o líder do partido que obtiver mais assentos torna-se automaticamente o presidente do país.
Estes números, pendentes de aprovação pelo Tribunal Constitucional, conferem a Lourenço o seu segundo mandato consecutivo de cinco anos e prolongam a hegemonia do MPLA, partido que governa Angola desde a sua independência de Portugal, em 1975. No entanto, o MPLA sofre um revés notável em relação às eleições de 2017, quando obteve 61% dos votos (150 lugares).
Apesar do resultado histórico da Unita, seu candidato a vice-presidente, Abel Chivukuvuku, já questionava os dados oficiais, ao afirmar que os números do seu partido mostravam "uma tendência para a Unita vencer em todo o país".
"Esses indicadores não são confiáveis", disse Chivukuvuku sobre os números oficiais.
Angola realizou nesta quarta-feira as eleições gerais consideradas as mais competitivas desde a introdução do sistema democrático multipartidário em 1992.
Oito formações disputavam os 220 assentos na Assembleia Nacional nas quintas eleições desde 1992, para as quais foram convocados quase 14,3 milhões de eleitores (de uma população total de cerca de 33 milhões de habitantes).
O presidente de Angola e líder do MPLA, João Lourenço, de 68 anos e que chegou ao poder em 2017, teve como principal adversário nestas eleições Costa Júnior, 60 anos, líder da Unita desde 2019.
Guerra civil
Com uma orientação marxista e nacionalista, o partido do governo travou uma guerra civil com a Unita de 1975 a 2002 de que Lourenço participou, ao contrário do seu adversário, que não lutou no conflito armado.
O MPLA tem sido criticado por não combater os altos níveis de inflação, pobreza e desemprego em um país que é o segundo maior produtor de petróleo da África – setor que representa mais de 70% da renda do Estado –, mas onde, segundo o Banco Mundial, mais de 56% da população vive em condição de pobreza.
Por seu lado, o partido de centro-direita Unita é popular nos centros urbanos e procurou o voto dos jovens cansados do domínio do MPLA e afetados pelo elevado desemprego.
Costa Júnior, que conseguiu melhorar muito os resultados de seu partido em 2017 (obteve então 26,7% dos votos sob a liderança de Isaías Samakuva), não conseguiu, no entanto, alcançar a conquista histórica de tirar o MPLA do poder.
Até agora, o MPLA detinha a maioria absoluta na Assembleia Nacional com 150 lugares, enquanto a UNITA tinha apenas 51.
Estas eleições também se destacam por serem as primeiras sem o histórico ex-presidente José Eduardo dos Santos, que foi sucedido por Lourenço em 2017 como chefe de Estado. Dos Santos, que governou Angola com mão de ferro por quase quatro décadas e foi acusado por seus detratores de criar um dos regimes mais corruptos da África, morreu em julho passado em Barcelona, na Espanha, aos 79 anos.
md (EFE, Reuters)
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