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Catar libera bandeiras arco-íris nos estádios da Copa

25/11/2022 11h45

Catar libera bandeiras arco-íris nos estádios da Copa - Sede do torneio abandona postura restritiva e permite que torcedores expressem apoio à comunidade LGBT sem serem mais incomodados pelos seguranças. No gramado, entretanto, braçadeira "One Love" continua sendo tabu.O Catar, país anfitrião da Copa do Mundo, abrandou sua postura restritiva sobre as cores do arco-íris nos estádios. Com o início da segunda rodada da fase de grupos nesta sexta-feira (25/11), torcedores que quiserem expressar apoio à comunidade LGBT com camisetas, bandeiras e símbolos semelhantes não devem mais ser incomodados pelos seguranças.

Entretanto, a decisão não interfere no veto ao uso da braçadeira "One Love" dentro do gramado, proposto por seleções europeias, como uma iniciativa pela inclusão e contra a discriminação.

Segundo informações da agência de notícias alemã DPA, a Fifa já havia pedido às autoridades do Catar e ao comitê organizador da Copa do Mundo que permitissem as cores do arco-íris nos estádios.

Segundo o jornal britânico The Independent, seleções nacionais de futebol foram informadas pela Fifa sobre a garantia do país sede quanto ao assunto.

A seleção do País de Gales havia sido a única a confirmar na noite de quinta-feira haver recebido a confirmação da Fifa antes do jogo da fase de grupos nesta sexta contra o Irã. "Todas as sedes da Copa do Mundo foram contatadas e instruídas a cumprir as regras e regulamentos acordados", disse a federação galesa pelo Twitter.

Bandeira de Pernambuco

Nos últimos dias, acumularam-se relatos de torcedores sendo solicitados a tirar roupas e acessórios exibindo arco-íris, inclusive profissionais da imprensa que trabalham na cobertura da Copa do Mundo.

Um dos afetados foi o jornalista pernambucano Kelvin Maciel, que teve tomada por funcionários da organização da Copa no Catar uma bandeira de Pernambuco – que possui um arco-íris –, quando ele fazia entrevistas diante do Lusail Stadium, em Doha, na terça-feira, após o jogo entre Arábia Saudita e Argentina.

O comentarista americano Grant Wahl, da rede CBS, também relatou que foi impedido de entrar no estádio por quase meia hora por usar uma camiseta com um arco-íris. Ele afirmou que um segurança lhe disse que a vestimenta não era permitida. Wahl afirmou que seu telefone foi "arrancado à força" de suas mãos por um guarda enquanto ele postava sobre o incidente nas redes sociais.

Ele disse que foi detido por 25 minutos e instruído a tirar a camiseta, classificada como "política" por um membro da equipe de segurança. Por fim, o jornalista, recebeu permissão para entrar no estádio com a roupa.

Ministra alemã usou braçadeira

Nesta segunda-feira, a jornalista esportiva alemã Claudia Neumann chamou atenção ao vestir uma camisa e uma braçadeira com as cores do arco-íris durante o jogo entre Estados Unidos e País de Gales na Copa do Mundo do Catar. A narradora de futebol comandou a transmissão da partida para a emissora estatal de TV alemã ZDF.

Dois dias depois, na quarta, a ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, acompanhou o jogo de estreia da seleção alemã usando a braçadeira pró-diversidade "One Love" .

Faeser, ao lado de autoridades do Catar e do presidente da Fifa, Gianni Infantino, usou o acessório com as cores do arco-íris no braço esquerdo. Ela também publicou em suas redes sociais uma foto usando a braçadeira.

Várias seleções europeias, incluindo a da Alemanha, chegaram a anunciar na semana passada que pretendiam usar, durante os jogos da Copa do Mundo de 2022, a braçadeira colorida contra a discriminação LGBTQ. A ideia, entretanto, foi vetada pela Fifa, causando um protesto da seleção alemã, cujos jogadores tiraram foto oficial cobrindo a boca, e até perda de patrocínio.

A homossexualidade é considerada crime no Catar, que também tem um longo histórico de violações dos direitos humanos.

md/bl (DPA, ots)