Lula renova protagonismo do Brasil na cúpula da Celac
Lula renova protagonismo do Brasil na cúpula da Celac - Líderes da América Latina e Caribe se comprometem a defender a democracia e comemoram o retorno brasileiro ao foro internacional. "Somos uma região pacífica que repudia o extremismo e a violência política", disse Lula.Os presidentes dos países que integram a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) comemoraram o retorno do Brasil ao foro internacional se comprometeram a promover a integração em meio às diversas crises que afetam a região.
A 7ª cúpula da entidade, realizada nesta terça-feira (24/01) em Buenos Aires, teve como protagonista o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que promoveu o retorno do Brasil à Celac após anos de ausência durante o governo de Jair Bolsonaro.
"O Brasil está de volta à região e pronto para trabalhar lado a lado com todos vocês", disse Lula nesta terça-feira (24/01) em Buenos Aires. Segundo o petista, o país "volta a olhar para seu futuro com a certeza de que estaremos associados a nossos vizinhos bilateralmente, no Mercosul, na [União de Nações Sul-Americanas] Unasur e na Celac".
Em 2020, Bolsonaro suspendeu a participação brasileira no foro alegando que a Celac "dava protagonismo a regimes não democráticos, como os da Venezuela, Cuba e Nicarágua".
No evento, Lula agradeceu ao apoio à institucionalidade brasileira após ao atos golpistas de 8 de janeiro, quando bolsonaristas radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
"Somos uma região pacífica que repudia o extremismo, o terrorismo e a violência política", disse Lula, prometendo reforçar o multilateralismo.
"Celac sem o Brasil é mais vazia"
Em seu discurso na abertura da cúpula, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse que "uma Celac sem o Brasil é uma Celac muito mais vazia". O líder argentino possui uma relação próxima com Lula. Fernández, inclusive, foi visitar o petista em 2019 quando ele estava preso.
Fernández acusou o que chamou de "direita recalcitrante e fascista" de ameaçar a democracia na região, em referência aos ataques em Brasília e à tentativa de assassinado da vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, no ano passado.
A cúpula teve a ausência de líderes como o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, que se desculpou ao dizer que tinha muito trabalho a fazer em seu país.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cancelou de última hora a sua participação alegando que haveria um suposto "plano de agressões" da extrema direita argentina contra sua delegação.
Seu gabinete afirmou que o chavista decidiu não comparecer em razão de um "cenário de planos extravagantes desenhados por extremistas de direita". Maduro cancelou um encontro bilateral com Lula que estava marcado para esta segunda-feira na capital argentina.
As múltiplas crises na América Latina
A Celac ocorre em um momento de múltiplas crises em várias das 33 nações que participam do foro.
O Peru atravessa uma grave crise institucional, com uma sucessão de presidentes em um período de poucos anos, sendo que a maioria destes foram destituídos. O caso mais recente foi o de Pedro Castillo, afastado pelo Congresso depois de uma tentativa de dissolver o Legislativo e governar por decreto.
A tentativa de golpe não contou com o apoio das Forças Armadas, e Castillo acabou sendo preso. Mesmo assim, o país ainda vive uma série de protestos contra o governo de sua sucessora, Dina Boluarte, que resultaram na morte de 46 pessoas. A crise peruana ainda não demonstra sinais de arrefecimento.
Na Nicarágua, dezenas de opositores do regime do presidente Daniel Ortega – ausente na cúpula da Celac – estão presos, em meio a uma série de denúncias de violações dos direitos humanos no país.
A Argentina, em pleno ano eleitoral, atravessa uma crise inflacionária, enquanto o governo de Fernández lança uma série de medidas para conter o aumento dos preços, ao mesmo tempo em que luta para cumprir as metas fiscais estabelecidas no acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) com quem o país possui uma dívida de 44 bilhões de dólares.
O Chile dará inicio a um novo processo para elaborar uma Constituição para substituir a Carta Magna do país, estabelecida durante a ditadura do general Augusto Pinochet. No ano passado, um novo texto elaborado por uma Assembleia Constituinte foi rejeitado através de uma consulta popular.
O Mercosul também está afundado em uma crise, depois da decisão do Uruguai de negociar um acordo comercial bilateral com a China, sem a anuência dos demais países-membros do bloco. A decisão do presidente Luis Lacalle Pou foi duramente criticada pelo Brasil, Argentina e Paraguai.
Na cúpula da Celac, no entanto, o presidente uruguaio propôs a criação de uma zona de livre comércio na América Latina e no Caribe.
rc (AFP, EFE)
A 7ª cúpula da entidade, realizada nesta terça-feira (24/01) em Buenos Aires, teve como protagonista o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que promoveu o retorno do Brasil à Celac após anos de ausência durante o governo de Jair Bolsonaro.
"O Brasil está de volta à região e pronto para trabalhar lado a lado com todos vocês", disse Lula nesta terça-feira (24/01) em Buenos Aires. Segundo o petista, o país "volta a olhar para seu futuro com a certeza de que estaremos associados a nossos vizinhos bilateralmente, no Mercosul, na [União de Nações Sul-Americanas] Unasur e na Celac".
Em 2020, Bolsonaro suspendeu a participação brasileira no foro alegando que a Celac "dava protagonismo a regimes não democráticos, como os da Venezuela, Cuba e Nicarágua".
No evento, Lula agradeceu ao apoio à institucionalidade brasileira após ao atos golpistas de 8 de janeiro, quando bolsonaristas radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
"Somos uma região pacífica que repudia o extremismo, o terrorismo e a violência política", disse Lula, prometendo reforçar o multilateralismo.
"Celac sem o Brasil é mais vazia"
Em seu discurso na abertura da cúpula, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse que "uma Celac sem o Brasil é uma Celac muito mais vazia". O líder argentino possui uma relação próxima com Lula. Fernández, inclusive, foi visitar o petista em 2019 quando ele estava preso.
Fernández acusou o que chamou de "direita recalcitrante e fascista" de ameaçar a democracia na região, em referência aos ataques em Brasília e à tentativa de assassinado da vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, no ano passado.
A cúpula teve a ausência de líderes como o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, que se desculpou ao dizer que tinha muito trabalho a fazer em seu país.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cancelou de última hora a sua participação alegando que haveria um suposto "plano de agressões" da extrema direita argentina contra sua delegação.
Seu gabinete afirmou que o chavista decidiu não comparecer em razão de um "cenário de planos extravagantes desenhados por extremistas de direita". Maduro cancelou um encontro bilateral com Lula que estava marcado para esta segunda-feira na capital argentina.
As múltiplas crises na América Latina
A Celac ocorre em um momento de múltiplas crises em várias das 33 nações que participam do foro.
O Peru atravessa uma grave crise institucional, com uma sucessão de presidentes em um período de poucos anos, sendo que a maioria destes foram destituídos. O caso mais recente foi o de Pedro Castillo, afastado pelo Congresso depois de uma tentativa de dissolver o Legislativo e governar por decreto.
A tentativa de golpe não contou com o apoio das Forças Armadas, e Castillo acabou sendo preso. Mesmo assim, o país ainda vive uma série de protestos contra o governo de sua sucessora, Dina Boluarte, que resultaram na morte de 46 pessoas. A crise peruana ainda não demonstra sinais de arrefecimento.
Na Nicarágua, dezenas de opositores do regime do presidente Daniel Ortega – ausente na cúpula da Celac – estão presos, em meio a uma série de denúncias de violações dos direitos humanos no país.
A Argentina, em pleno ano eleitoral, atravessa uma crise inflacionária, enquanto o governo de Fernández lança uma série de medidas para conter o aumento dos preços, ao mesmo tempo em que luta para cumprir as metas fiscais estabelecidas no acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) com quem o país possui uma dívida de 44 bilhões de dólares.
O Chile dará inicio a um novo processo para elaborar uma Constituição para substituir a Carta Magna do país, estabelecida durante a ditadura do general Augusto Pinochet. No ano passado, um novo texto elaborado por uma Assembleia Constituinte foi rejeitado através de uma consulta popular.
O Mercosul também está afundado em uma crise, depois da decisão do Uruguai de negociar um acordo comercial bilateral com a China, sem a anuência dos demais países-membros do bloco. A decisão do presidente Luis Lacalle Pou foi duramente criticada pelo Brasil, Argentina e Paraguai.
Na cúpula da Celac, no entanto, o presidente uruguaio propôs a criação de uma zona de livre comércio na América Latina e no Caribe.
rc (AFP, EFE)
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