Papa pede paz para o mundo e diz que egoísmo ameaça vida e família
Juan Lara.
Cidade do Vaticano, 31 mar (EFE).- O papa Francisco pediu neste domingo a paz para o mundo, "ainda tão dividido - disse - pela cobiça dos que buscam fáceis lucros, ferido pelo egoísmo que ameaça a vida humana e a família, desgarrado pela violência ligada ao tráfico de drogas e a exploração iníqua dos recursos naturais".
Em sua primeira mensagem de Páscoa como pontífice, o papa implorou a paz especialmente para a Síria e a península coreana, onde ocorrem momentos de tensão e preocupação internacional após a Coreia do Norte ter se declarado em "estado de guerra" com a Coreia do Sul e ameaçado atacar inclusive os Estados Unidos.
Para cerca de 250 mil pessoas que lotaram em uma manhã ensolarada, embora com algumas nuvens, a praça de São Pedro do Vaticano e as ruas anexas, o papa expressou sua satisfação por ter começado seu pontificado com a Semana Santa "e poder anunciar-vos: Cristo ressuscitou".
"Queria que chegasse a todos os corações, porque é lá que Deus quer semear esta Boa Nova: Jesus ressuscitou, uma esperança despertou para ti, já não estás sob o domínio do pecado, do mal! Venceu o amor, venceu a misericórdia!", afirmou.
O Bispo de Roma ressaltou que a ressurreição de Cristo significa que o amor de Deus é mais forte que o mal e a própria morte e que a Páscoa é a passagem do homem da escravidão do pecado, do mal, à liberdade do amor e a bondade.
O pontífice acrescentou que essa passagem da escravidão do mal à liberdade do bem deve ser colocada em prática em nossa vida cotidiana.
"Quantos desertos tem o ser humano de atravessar ainda hoje! Sobretudo o deserto que existe dentro dele, quando falta o amor a Deus e ao próximo, quando falta a consciência de ser guardião de tudo o que o Criador nos deu e continua a dar. Mas a misericórdia de Deus pode fazer florir mesmo a terra mais árida, pode devolver a vida aos ossos ressequidos", declarou.
O pontífice convidou os fiéis a transformar suas vidas e a cuidar de toda a criação e fazer florescer a justiça e a paz, lhes exortou a pedir a Jesus que transforme o ódio em amor, a vingança em perdão, a guerra em paz.
Francisco falou sobre a situação do planeta e pediu paz na península coreana, "para que sejam superadas as divergências e amadureça um renovado espírito de reconciliação".
O papa pediu também paz entre israelenses e palestinos, "que têm dificuldades - disse - para encontrar o caminho da concórdia, para que retomem as negociações com determinação e disponibilidade, a fim de pôr fim a um conflito que já dura tempo demais".
"Paz para o Iraque, e que cesse definitivamente qualquer violência, e, sobretudo, para a amada Síria, para sua população afetada pelo conflito e os tantos refugiados que estão esperando por ajuda e consolo. Quanto sangue derramado! E quanta dor há de ser causada ainda, antes que se consiga encontrar uma solução política para a crise?", questionou.
Em relação à África, Francisco pediu paz para o Mali, "para que volte a encontrar unidade e estabilidade", e para a Nigéria, "onde infelizmente não cessam os atentados, que ameaçam gravemente a vida de tantos inocentes, e onde muitas pessoas, inclusive crianças, que estão sendo reféns de grupos terroristas".
Além disso, o pontífice pediu paz para a República Democrática do Congo e a República Centro-Africana, onde muitos se veem obrigados a abandonar seus lares e vivem com medo.
Concluída a mensagem, o papa concedeu a bênção "Urbi et Orbi", à cidade de Roma e a todo o mundo, apenas em italiano, ao contrário de seus antecessores João Paulo II e Bento XVI, que o faziam em 65 idiomas, entre eles o português.
Antes da mensagem, Francisco oficiou a Missa da Ressurreição na praça vaticana, enfeitada com 40 mil flores de várias cores procedentes da Holanda, que a transformaram em um jardim.
O Bispo de Roma celebrou a missa poucas horas depois de, à meia-noite, ter realizado a Vigília Pascal, na qual disse que a ressurreição de Cristo é a vitória sobre o mal e convidou os que são "indiferentes" perante Deus "que arrisquem, já que não ficarão decepcionados".
O papa afirmou também que não há situações que Deus não possa mudar e que não há pecado que não possa ser perdoado se nos abrimos a Ele e que por isso não devemos perder a confiança.
A mensagem de Páscoa pôs fim aos ritos da Semana Santa. O papa voltará amanhã à Praça de São Pedro para rezar ao meio-dia o Regina Coeli, que substitui o Ângelus no tempo de Páscoa.
Cidade do Vaticano, 31 mar (EFE).- O papa Francisco pediu neste domingo a paz para o mundo, "ainda tão dividido - disse - pela cobiça dos que buscam fáceis lucros, ferido pelo egoísmo que ameaça a vida humana e a família, desgarrado pela violência ligada ao tráfico de drogas e a exploração iníqua dos recursos naturais".
Em sua primeira mensagem de Páscoa como pontífice, o papa implorou a paz especialmente para a Síria e a península coreana, onde ocorrem momentos de tensão e preocupação internacional após a Coreia do Norte ter se declarado em "estado de guerra" com a Coreia do Sul e ameaçado atacar inclusive os Estados Unidos.
Para cerca de 250 mil pessoas que lotaram em uma manhã ensolarada, embora com algumas nuvens, a praça de São Pedro do Vaticano e as ruas anexas, o papa expressou sua satisfação por ter começado seu pontificado com a Semana Santa "e poder anunciar-vos: Cristo ressuscitou".
"Queria que chegasse a todos os corações, porque é lá que Deus quer semear esta Boa Nova: Jesus ressuscitou, uma esperança despertou para ti, já não estás sob o domínio do pecado, do mal! Venceu o amor, venceu a misericórdia!", afirmou.
O Bispo de Roma ressaltou que a ressurreição de Cristo significa que o amor de Deus é mais forte que o mal e a própria morte e que a Páscoa é a passagem do homem da escravidão do pecado, do mal, à liberdade do amor e a bondade.
O pontífice acrescentou que essa passagem da escravidão do mal à liberdade do bem deve ser colocada em prática em nossa vida cotidiana.
"Quantos desertos tem o ser humano de atravessar ainda hoje! Sobretudo o deserto que existe dentro dele, quando falta o amor a Deus e ao próximo, quando falta a consciência de ser guardião de tudo o que o Criador nos deu e continua a dar. Mas a misericórdia de Deus pode fazer florir mesmo a terra mais árida, pode devolver a vida aos ossos ressequidos", declarou.
O pontífice convidou os fiéis a transformar suas vidas e a cuidar de toda a criação e fazer florescer a justiça e a paz, lhes exortou a pedir a Jesus que transforme o ódio em amor, a vingança em perdão, a guerra em paz.
Francisco falou sobre a situação do planeta e pediu paz na península coreana, "para que sejam superadas as divergências e amadureça um renovado espírito de reconciliação".
O papa pediu também paz entre israelenses e palestinos, "que têm dificuldades - disse - para encontrar o caminho da concórdia, para que retomem as negociações com determinação e disponibilidade, a fim de pôr fim a um conflito que já dura tempo demais".
"Paz para o Iraque, e que cesse definitivamente qualquer violência, e, sobretudo, para a amada Síria, para sua população afetada pelo conflito e os tantos refugiados que estão esperando por ajuda e consolo. Quanto sangue derramado! E quanta dor há de ser causada ainda, antes que se consiga encontrar uma solução política para a crise?", questionou.
Em relação à África, Francisco pediu paz para o Mali, "para que volte a encontrar unidade e estabilidade", e para a Nigéria, "onde infelizmente não cessam os atentados, que ameaçam gravemente a vida de tantos inocentes, e onde muitas pessoas, inclusive crianças, que estão sendo reféns de grupos terroristas".
Além disso, o pontífice pediu paz para a República Democrática do Congo e a República Centro-Africana, onde muitos se veem obrigados a abandonar seus lares e vivem com medo.
Concluída a mensagem, o papa concedeu a bênção "Urbi et Orbi", à cidade de Roma e a todo o mundo, apenas em italiano, ao contrário de seus antecessores João Paulo II e Bento XVI, que o faziam em 65 idiomas, entre eles o português.
Antes da mensagem, Francisco oficiou a Missa da Ressurreição na praça vaticana, enfeitada com 40 mil flores de várias cores procedentes da Holanda, que a transformaram em um jardim.
O Bispo de Roma celebrou a missa poucas horas depois de, à meia-noite, ter realizado a Vigília Pascal, na qual disse que a ressurreição de Cristo é a vitória sobre o mal e convidou os que são "indiferentes" perante Deus "que arrisquem, já que não ficarão decepcionados".
O papa afirmou também que não há situações que Deus não possa mudar e que não há pecado que não possa ser perdoado se nos abrimos a Ele e que por isso não devemos perder a confiança.
A mensagem de Páscoa pôs fim aos ritos da Semana Santa. O papa voltará amanhã à Praça de São Pedro para rezar ao meio-dia o Regina Coeli, que substitui o Ângelus no tempo de Páscoa.
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