Papa diz que solidariedade é uma palavra mal vista pelo espírito mundano

O papa Francisco disse nesta quinta-feira (30) que a palavra solidariedade é "mal vista pelo espírito mundano", mas é chave não só na Igreja, mas também na sociedade "porque só no compartilhar, no doar, nossa vida será fértil e colheremos os frutos".

O pontífice se deslocou à Basília de São João de Latrão, a Catedral de Roma, para oficiar, como Bispo da Cidade Eterna, a missa solene do Corpus Christi em seu exterior e presidir posteriormente a tradicional procissão pelo centro da capital italiana.

O papa foi amparado por milhares de pessoas que abarrotaram o átrio da basílica, apesar do mau tempo, em cerimônia ao ar livre que foi assistida por cardeais, patriarcas, arcebispos, bispos e sacerdotes.

Durante a homilia, o papa Francisco insistiu na necessidade de solidariedade entre os homens porque "o pouco que somos, é partilhado, se transforma em riqueza".

Durante a alusão ao milagre da multiplicação dos pães e peixes, o papa comentou o poder de Deus. "Quantas vezes nós cristãos temos a tentação de demitir pessoas? Nós não somos resposáveis pelas necessidades dos outros e dizemos: Que Deus te proteja. Mas a solução de Jesus vai em outra direção, uma que surpreende os discípulos. Vocês mesmos vão dar a eles o que comer", disse.

Além disso, explicou como os discípulos, pobres e sem meios para dar comida para tanta gente, confiando em Jesus, conseguiram distribuir os pães e os peixes que saciaram a multidão.

"E isto nos diz que na Igreja, mas também na sociedade, uma palavra chave da qual não devemos ter medo é 'solidariedade', saber colocar à disposição de Deus aquilo que temos, nossa humilde capacidade, porque só no compartilhar, no doar, nossa vida será fértil, levará frutos".

"Solidariedade: uma palavra mal vista pelo espírito mundano".

Após a missa, o Bispo de Roma se dirigiu a pé em procissão à Basílica de Santa Maria Maggiore.

Vestindo uma capa para chuva, o papa caminhou sob um toldo e depois foi levado em um veículo através da cêntrica via Merulana.

Da procissão fazem parte crianças de primeira comunhão, jovens "escoteiros", membros do Camino Neocatecumenal, agrupamentos de confrarias, os cavaleiros do Santo Sepulcro, religiosos, religiosas, seminaristas, sacerdotes, bispos e cardeais.

Na basílica de Santa Maria Maior, fez uma bênção já no cair da noite.