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Paraguai é contra interrupção de gravidez em caso de zika, diz ministro

09/02/2016 12h33

Assunção, 9 fev (EFE).- O Paraguai é contra a interrupção de gravidez e do aborto terapêutico em decorrência do zika vírus, país que já confirmou seis casos da doença, disse nesta terça-feira o ministro da Saúde Pública, Antonio Barrios.

Barrios lembrou que a legislação paraguaia "não permite realizar este tipo de procedimento, por isso que é bastante complexo indicar isto", declarou segundo um comunicado do Ministério da Saúde.

O ministro afirmou, além disso, que também não procede falar de "aborto terapêutico", já que na sua opinião não foi confirmado e nem descartado que o zika seja o causador de nascimentos de crianças com microcefalia e nem que desencadeie outras doenças nas mães.

"Com toda certeza não se tem indício de que isto seja o causador. Pensamos que o pior ocorra no primeiro trimestre da gravidez", disse Barrios.

O aborto é penalizado no Paraguai com até cinco anos de prisão e só existe uma exceção: quando a mãe corre risco de perder a vida e há uma recomendação médica.

Barrios admitiu que, se for confirmado que a doença produz microcefalia, vão haver casos no Paraguai, onde em janeiro foi decretado estado de alerta epidemiológico pelo zika, pela dengue e pela chicungunha.

O ministro acrescentou que atualmente há no país um total de 170 grávidas que apresentaram sintomas febris e estão sendo submetidas a exames.

"O desenlace destas gravidezes vamos ver nos próximos meses", disse Barrios.

O ministro acrescentou que existe um grande temor entre as grávidas e recomendou como medida de prevenção o uso de repelentes, camisetas de manga comprida e redes para evitar a picada do mosquito Aedes aegypti.

Barrios também pediu às mulheres em período de gestação que não viagem para zonas onde há registro do vírus.

Até o momento, o Paraguai registra um total de seis casos confirmados de zika, todos eles circunscritos à cidade de Pedro Juan Caballero, fronteiriça com o Brasil.