Topo

CE e Acnur ressaltam que papa ajuda a dar visibilidade a pobreza

22/02/2016 15h19

Cidade do Vaticano, 22 fev (EFE).- Membros da Comissão Europeia (CE) e da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) afirmaram nesta segunda-feira que o Vaticano e o papa têm um papel fundamental em tornar a pobreza visível.

A vice-presidente da CE, Kristalina Georgieva, destacou que a "melhor contribuição que a Santa Sé faz é conseguir que estas situações sejam visíveis".

"Em sua viagem à República Centro-Africana, o papa centrou a atenção em nível global sobre o sofrimento das pessoas em áreas de conflito. A Igreja ajuda a dar visibilidade as pessoas que sofrem situações difíceis. A melhor mensagem que a Santa Sé transmite é o da empatia, o da solidariedade e da amabilidade", lembrou em entrevista coletiva no Vaticano.

O alto comissário do Acnur, Filippo Grandi, por sua vez, ressaltou que o papa em sua viagem à ilha de Lampedusa (sul da Itália) enviou uma "poderosa mensagem" ao voltar a atenção do mundo para o problema da imigração.

Na entrevista coletiva também esteve presente o secretário da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, o arcebispo Marcelo Sánchez Sorondo, que apontou com certa ironia que "o principal trabalho da Santa Sé é convencer os ricos que para salvar sua alma têm que ajudar com seu dinheiro".

Além do papel que o Vaticano desempenha em dar visibilidade às crises mundiais, para Kristalina "é necessária uma mobilização global" da comunidade internacional que tente frear a pobreza no mundo para que "os números não aumentem mais".

A vice-presidente da CE lembrou como, quando explodiu o conflito armado na Síria em 2011, "muitos" disseram que "se nada fosse feito não ia haver somente a destruição de fábricas e bairros, mas as pessoas se veriam obrigada a fugir e ir à Europa. E é o que aconteceu?". Por isso, é importante que os governos escutem as chamadas feitas pelos organismos internacionais para que deem "mais atenção política" e porporcionem "maiores recursos econômicos".

"Se não ajudarmos às crianças refugiadas a entrar nas escolas e os refugiados adultos a conseguir um trabalho, será fatal para eles, mas também para o mundo. Se atuarmos agora evitaremos que a miséria e a pobreza crescem cada vez mais", manifestou.