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Marqueteiro João Santana se entrega a PF após desembarcar em Guarulhos

23/02/2016 13h09

Rio de Janeiro, 23 fev (EFE).- O publicitário brasileiro João Santana, considerado um dos principais assessores do Partido dos Trabalhadores (PT), se entregou nesta terça-feira à Polícia Federal, cumprindo um mandado de prisão preventiva dentro da 23ª fase da Operação Lava-Jato.

Santana aterrissou na manhã de hoje no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, acompanhado de sua mulher, Mônica Moura, vindo da República Dominicana, onde trabalhava na campanha de reeleição do presidente dominicano, Danilo Medina.

Dali o casal, que deverá de prestar declaração nas próximas horas, foi levado em um avião da PF a Curitiba.

Desde ontem pesava sobre o casal uma ordem de prisão temporária por seu suposto envolvimento em um esquema de pagamentos de propinas através de empresas 'offshore' (em paraísos fiscais) vinculadas à construtora Odebrecht, uma das maiores do Brasil, com operações em dezenas de países.

Nesta nova fase da investigação, executada na segunda-feira nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, que contemplava o cumprimento de 38 ordens de busca e apreensão, seis de detenção temporária, duas de prisão preventiva e cinco para prestar depoimento, a PF busca esclarecer o esquema de pagamentos de subornos que incluíam, entre outros, a políticos brasileiros e argentinos.

Em declaração à imprensa, representantes da Polícia Federal afirmaram ontem que, durante as investigações, descobriram documentos com registros de despesas das campanhas eleitorais de 2008 e 2012 vinculados ao partido da presidente, Dilma Rousseff.

Santana, que de acordo com a investigação teria US$ 3 milhões enviados de maneira irregular à Suíça, estava na República Dominicana trabalhando para o Partido da Liberação Dominicana (PLD) na atual campanha eleitoral.

No entanto, Santana renunciou ontem ao cargo de assessor para não afetar os interesses do partido de governo dominicano e poder retornar ao Brasil para se defender das acusações.

O delegado Igor Romário de Paula havia assinalado na segunda-feira que, se Santana não se apresentasse voluntariamente para prestar depoimento, tanto ele como sua esposa seriam incluídos na lista de pessoas procuradas pela Interpol.