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Procuradoria investiga ministro da Defesa e militares por visita das Farc

29/02/2016 12h23

Bogotá, 29 fev (EFE).- O procurador-geral da Colômbia, Alejandro Ordónez, abriu nesta segunda-feira uma pesquisa disciplinar contra o ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, e membros da cúpula militar por supostas infrações disciplinares cometidas durante uma visita de guerrilheiros das Farc a um povoado do país.

"A decisão foi tomada por condutas que possivelmente constituiriam faltas disciplinares" e procura "estabelecer se as Forças Militares e de Polícia se retiraram ou não fizeram presença física durante o tempo em que a guerrilha das Farc esteve em Conejo, o que representaria uma violação à lei", disse Ordóñez.

Os fatos investigados se remontam a 18 de fevereiro quando vários negociadores de paz das Farc, acompanhados por dezenas de guerrilheiros fortemente armados, participaram de um ato público em Conejo, no departamento de La Guajira (norte), e foram, inclusive, em um colégio. De acordo com o procurador, a investigação determinará se as autoridades "deixaram à população civil desprotegida nas mãos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)".

Além disso, será analisada se com tal desproteção "se permitiu o uso por parte da guerrilha de um estabelecimento educativo, com estudantes de Conejo, se configurando uma suposta infração ao Direito Internacional Humanitário e uma violação à Constituição política que impõe proteger todos os moradores da Colômbia".

A investigação também cobre o general Juan Pablo Rodríguez, comandante-geral das forças militares; Alberto José Mejía Ferrero, comandante-geral do exército; Jorge Enrique Navarrete Jadet, comandante da 1ª Divisão, e Pablo Alfonso Bonilla Vásquez, comandante da 10ª Brigada Blindada. Da mesma maneira, serão investigados os tenentes-coronéis Ivan Orlando Gónzalez Villamil, comandante do Grupo de Cavalaria Mecanizada No. 2 "Juan José Rendón", e William Alfonso Chávez Vargas, comandante do Batalhão de Artilharia de Campanha No. 10 "Santa Bárbara".

Em 18 de fevereiro, vários políticos denunciaram que o chefe da equipe negociadora das Farc nos diálogos de Havana, Ivan Márquez, conhecido como de "Luciano Marín Arango", e Joaquín Gómez, conhecido como de "Milton de Jesús Toncel Redondo", visitaram a aldeia de Conejo.

"Na última visita, o grupo liderado por 'Ivan Márquez' violou as regras de jogo estipuladas de não ter contato com a população civil e muito menos participar com homens uniformizados e armados de um evento público com a comunidade", afirmou o chefe da equipe negociadora do governo, Humberto de la Calle.