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Capriles lança site para coletar assinaturas e exigir saída de Maduro

O opositor ao governo da Venezuela, Henrique Capriles - Marco Bello/Reuters
O opositor ao governo da Venezuela, Henrique Capriles Imagem: Marco Bello/Reuters

Em Caracas

10/03/2016 17h13

O governador do Estado de Miranda e opositor ao governo da Venezuela, Henrique Capriles, lançou nesta quinta-feira (10) o site "revocalo.com", que procura coletar assinaturas de cidadãos para promover um referendo que exija a saída do presidente Nicolás Maduro antes do fim de seu mandato, em 2019.

"Defender a cúpula do governo é apoiar a crise, a inflação, a escassez, a violência, a desvalorização, as filas, é não querer futuro! Revocalo.com", publicou Capriles no Twitter.

Na última terça-feira, a aliança de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) disse que utilizará todos os mecanismos constitucionais para antecipar o fim do mandato de Maduro.

O chamado "roteiro 2016" da MUD coloca a renúncia de Maduro no primeiro lugar de suas reivindicações, mas também propõe a aprovação de uma emenda constitucional para "realizar eleições" e iniciar o progresso para convocar um referendo revogatório também neste ano.

Sobre o referendo para antecipar a saída do presidente, a MUD destacou que é preciso "garantir sua convocação e realização eficiente" através de uma lei. O objetivo é "impedir o bloqueio ou o atraso deste mecanismo constitucional, que é um direito do cidadão".

O referendo revoga o mandato de qualquer funcionário na Venezuela sempre que seus opositores obtenham um voto a mais que o apoio registrado pelo titular do cargo no momento da eleição.

Os defensores da saída do presidente devem conseguir superar os 7.587.579 votos obtidos por Maduro nas eleições de 2013. Para conseguir a convocação do referendo, é preciso pelo menos 3.899.273 assinaturas de cidadãos venezuelanos.

No último domingo, Capriles, duas vezes candidato à presidência do país, disse que o referendo revogatório de Maduro deveria ser iniciado o "quanto antes" para ser solicitado em abril, quando o presidente completa a metade de seu mandato de seis anos.

"O referendo depende de cada um de nós. Está em nossas mãos ativar a força constitucional que temos e conter os abusos de um governo ineficiente. Mas é preciso ativá-lo já. Em poucas semanas teremos perdido a oportunidade", disse Carpriles.