França e Reino Unido apoiam terrorismo em Síria e Iraque, acusa Assad
Moscou, 30 mar (EFE).- França, Reino Unido e outros países ocidentais, além da Turquia e da Arábia Saudita, apoiam diretamente o terrorismo que opera na Síria e no Iraque, acusou o presidente sírio, Bashar al Assad, em entrevista divulgada nesta quarta-feira pela agência russa "RIA Nóvosti".
"O terrorismo é um problema de todos. É apoiado diretamente pela Turquia, pela família real da Arábia Saudita, e por uma parte dos Estados ocidentais, principalmente França e Reino Unido", disse Assad.
O resto dos países ocidentais, acrescentou, "observam, sem fazer nada sério para solucionar o problema".
Assad também explicou sua visão sobre as negociações de paz de Genebra, embora não tenha feito referência ao seu próprio futuro durante a transição, negociada na Suíça, o que é de fato o principal empecilho que impede o avanço no processo que pretende pôr fim à guerra civil no país.
O presidente sírio exibiu outra diferença entre sua postura e a da delegação da oposição que participa do processo de Genebra: Damasco não aceita a formação de um "órgão executivo de transição, mas aposta em um governo de união nacional que redija uma nova Constituição".
"Nem na Constituição síria, nem na de nenhum outro país se prevê algo chamado órgão de poder de transição. Não tem lógica e é inconstitucional. Quais seriam as atribuições desse órgão? Quem vai dar nota ao seu trabalho?", questionou Assad.
O que há, recalcou, "é uma Constituição e um Conselho Nacional (parlamento) que regulam a atividade do governo e do Estado, e por isso a solução é um governo de união nacional que deve redigir uma nova Constituição".
O presidente sírio ressaltou que é cedo para negociar "o formato de transição" na Síria, ao avaliar que o que deve ser feito agora é negociar a formação de um governo integrado "por diversas forças políticas sírias: opositores, independentes, membros do atual governo e outros".
Assad reconheceu que por enquanto "não é possível dizer que se tenha conseguido algo nas conversas de Genebra", e explicou que as partes trabalham em um documento que deve estabelecer "os princípios básicos sobre os quais se construirão as negociações".
"Sem esses princípios, as negociações se tornarão caóticas e não levam a lugar nenhum, deixam espaço para que as partes mostrem obstinação e permitem a ingerência de outros países", acrescentou.
Após duas rodadas de negociações, Damasco e a oposição não se sentaram ainda frente a frente, exatamente porque não ainda foram capazes de superar as linhas vermelhas estabelecidas por eles para iniciar o processo.
Enquanto os Estados Unidos e a oposição exigem que o presidente sírio renuncie a continuar no futuro sobre a cena política, Rússia e Damasco insistem que isso deverá ser decidido pelo povo sírio, deixando assim a porta aberta para que Assad volte a se candidatar em novas eleições.
Em uma reunião realizada em Viena antes das negociações de Genebra, 20 países com interesses e influência nos dois lados em conflito na Síria concordaram que o poder deve ser transferido a um órgão de governo transitório que crie as condições para redigir uma nova Constituição e organizar eleições livres.
Essas eleições deveriam acontecer daqui a no máximo de 18 meses, segundo o calendário estipulado pelo Conselho de Segurança da ONU. EFE
aep/cd
"O terrorismo é um problema de todos. É apoiado diretamente pela Turquia, pela família real da Arábia Saudita, e por uma parte dos Estados ocidentais, principalmente França e Reino Unido", disse Assad.
O resto dos países ocidentais, acrescentou, "observam, sem fazer nada sério para solucionar o problema".
Assad também explicou sua visão sobre as negociações de paz de Genebra, embora não tenha feito referência ao seu próprio futuro durante a transição, negociada na Suíça, o que é de fato o principal empecilho que impede o avanço no processo que pretende pôr fim à guerra civil no país.
O presidente sírio exibiu outra diferença entre sua postura e a da delegação da oposição que participa do processo de Genebra: Damasco não aceita a formação de um "órgão executivo de transição, mas aposta em um governo de união nacional que redija uma nova Constituição".
"Nem na Constituição síria, nem na de nenhum outro país se prevê algo chamado órgão de poder de transição. Não tem lógica e é inconstitucional. Quais seriam as atribuições desse órgão? Quem vai dar nota ao seu trabalho?", questionou Assad.
O que há, recalcou, "é uma Constituição e um Conselho Nacional (parlamento) que regulam a atividade do governo e do Estado, e por isso a solução é um governo de união nacional que deve redigir uma nova Constituição".
O presidente sírio ressaltou que é cedo para negociar "o formato de transição" na Síria, ao avaliar que o que deve ser feito agora é negociar a formação de um governo integrado "por diversas forças políticas sírias: opositores, independentes, membros do atual governo e outros".
Assad reconheceu que por enquanto "não é possível dizer que se tenha conseguido algo nas conversas de Genebra", e explicou que as partes trabalham em um documento que deve estabelecer "os princípios básicos sobre os quais se construirão as negociações".
"Sem esses princípios, as negociações se tornarão caóticas e não levam a lugar nenhum, deixam espaço para que as partes mostrem obstinação e permitem a ingerência de outros países", acrescentou.
Após duas rodadas de negociações, Damasco e a oposição não se sentaram ainda frente a frente, exatamente porque não ainda foram capazes de superar as linhas vermelhas estabelecidas por eles para iniciar o processo.
Enquanto os Estados Unidos e a oposição exigem que o presidente sírio renuncie a continuar no futuro sobre a cena política, Rússia e Damasco insistem que isso deverá ser decidido pelo povo sírio, deixando assim a porta aberta para que Assad volte a se candidatar em novas eleições.
Em uma reunião realizada em Viena antes das negociações de Genebra, 20 países com interesses e influência nos dois lados em conflito na Síria concordaram que o poder deve ser transferido a um órgão de governo transitório que crie as condições para redigir uma nova Constituição e organizar eleições livres.
Essas eleições deveriam acontecer daqui a no máximo de 18 meses, segundo o calendário estipulado pelo Conselho de Segurança da ONU. EFE
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