Obama manifesta a Xi seu "firme" apoio aos direitos humanos na China
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reiterou neste sábado ao chefe de Estado chinês, Xi Jinping, seu "firme" apoio aos direitos humanos na China, quando o país asiático vive a pior onda de repressão desde o fim dos anos 1980.
O governante americano fez menção a um dos temas mais espinhosos da relação entre os dois países durante a reunião que ambos os líderes realizaram na cidade chinesa de Hangzhou, antes da cúpula do G20 que começa neste domingo. Os dois países ainda assinaram o acordo de Paris sobre as mudanças climáticas.
Obama ressaltou que é necessário que a China proteja a liberdade religiosa de "todos os seus cidadãos", depois das políticas controversas que Xi Jinping empreendeu desde que chegou ao poder, como a retirada de cruzes de igrejas no leste do país e as prisões de líderes religiosos acusados de "subversão".
Xi, por sua vez, disse que nenhum país deve interferir em seus assuntos internos em nome dos direitos humanos e disse a Obama que Pequim "garante a liberdade de credo de acordo com a lei".
"As conquistas da China na causa dos direitos humanos são óbvias para todos", disse o presidente da China, que acrescentou que seu país está disposto a dialogar sobre este assunto, segundo os princípios de igualdade e respeito mútuo.
Recentemente, alguns dissidentes chineses conhecidos, como o advogado Tengc Biao, se reuniram em Washington com a conselheira de Segurança Nacional dos EUA, Susan Rice, para pedir a Obama que denunciasse a perseguição contra críticos do regime chinês e pedisse a libertação de presos políticos, como Liu Xiaobo, detido desde 2009.
No entanto, o líder americano não citou hoje nenhum nome nessa reunião, nem sequer o de Liu, que recebeu o prêmio Nobel da Paz um ano depois do próprio Obama.
Os dissidentes e ativistas que não acabaram na prisão, por sua vez, esperavam com entusiasmo a chegada de Obama, que faz sua última viagem à Ásia como presidente. No entanto, nenhum deles poderá chegar perto do líder americano, pois a polícia fez uma onda de detenções e forçou muitos deles a viajar para evitar qualquer protesto durante a cúpula, segundo a organização Chinese Human Rights Defenders.
Hu Jia, famoso ativista dos direitos humanos na China, disse à Agência Efe que foi obrigado a viajar e frisou que o regime chinês situa a luta contra o terrorismo no mesmo nível de seu combate à dissidência, especialmente quando Obama está presente.