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Hamas convoca "sexta-feira da ira" por aniversário de onda de violência

29/09/2016 08h26

Gaza, 29 set (EFE).- O movimento islamita Hamas convocou para amanhã, sexta-feira, um "dia de ira" para marcar o primeiro aniversário da "Intifada de al-Quds (Jerusalém, em árabe)", nome dado pela organização para a onda de violência iniciada em outubro de 2015, sem vincular expressamente essa jornada com o funeral do ex-presidente israelense Shimon Peres.

Em comunicado enviado aos veículos de imprensa, o movimento islamita convocou os palestinos na Cisjordânia a saírem às ruas e em pontos de atrito com Israel para enfrentarem os "soldados da ocupação".

"Exortamos nosso povo indignado para que inicie a confrontação cara a cara com os soldados covardes da ocupação", diz o texto do Hamas, antes de ressaltar que esse tipo de ação "mostra que a opção dos palestinos é de resistência e da Intifada (revolta popular)".

Em outubro do ano passado, teve início uma espiral de violência nos territórios palestinos ocupados e em Israel, na qual morreram até agora 233 palestinos e um jordaniano, em sua maioria agressores ou supostos agressores, segundo as autoridades do país judeu, além de 36 israelenses e quatro pessoas de outras nacionalidades que foram vítimas dos ataques.

"Um ano se passou e nosso povo segue comprometido com a resistência contra os invasores. Nossa resistência teve sucesso porque causou prejuízo ao inimigo", acrescentou o Hamas no comunicado, no qual classificou a onda de violência como a "Intifada de Jerusalém", apesar do consenso geral de que não se tratou de uma nova intifada.

O comunicado do Hamas não vincula expressamente a convocação do "dia da ira" com as homenagens fúnebres que acontecerão amanhã em Jerusalém pela morte do ex-presidente israelense Shimon Peres.

O porta-voz do movimento islamita em Gaza, Sami Abu Zuhri, comemorou ontem a morte de Peres, e considerou que "todo o povo palestino está feliz com a morte de um homem que cometeu crimes e derramou o sangue dos palestinos".