Premiê israelense pede a ministros que não falem das relações com os EUA
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu neste domingo (13) a seus ministros que não falem em público sobre o futuro das relações com os Estados Unidos sob a direção de Donald Trump, e permitam que a diplomacia secreta faça seu trabalho.
"Peço a todos os ministros, vice-ministros e deputados que permitam à Administração que vai entrar consolidar junto conosco uma política para Israel e a região, e que seja feita por meio dos canais aceitáveis e secretos, não através de entrevistas e declarações", disse Netanyahu ao iniciar a reunião semanal com seu Conselho de ministros.
O dirigente israelense, que nestes últimos anos teve momentos de grande aspereza com o presidente em fim de mandato, Barack Obama, pediu que não seja gerada um debate público em torno das "novas" relações entre seu país e os EUA.
Israel não ocultou sua satisfação pela eleição do líder republicano no pleito de terça-feira (8), mas considera que ainda é cedo para ver uma postura clara de parte de Trump rumo ao Oriente Médio.
Um relatório do Ministério das Relações Exteriores divulgado por veículos de imprensa locais adverte também que o presidente eleito pode chegar a ser "imprevisível" em algumas de suas decisões e que suas abertas declarações públicas de apoio a Israel durante a campanha -como a mudança da embaixada americana a Jerusalém- poderiam não se concretizar.
Netanyahu, que falou com Trump na quarta-feira, ressaltou hoje que o presidente eleito "expressou uma profunda amizade com Israel".
"É uma amizade que o caracteriza, e devo dizer, que também caracteriza a equipe que o rodeia. Nos últimos anos dirigimos com inteligência e responsabilidade nossas relações com os EUA -nosso melhor amigo- e seguiremos fazendo isso nos próximos meses e anos", ressaltou.
Nos últimos dias, alguns deputados e ministros da direita mais nacionalistas aumentaram suas vozes com opiniões sobre de que sob a direção de Trump, Washington não seguirá pressionando pela criação de um Estado palestino e que Israel deve aproveitar essa possibilidade.
No entanto, e frente ao pronunciado apoio a Israel durante a campanha eleitoral, o presidente eleito afirmou neste fim de semana em uma entrevista ao "The Wall Street Journal" que sua aspiração como "homem de negócios" seria "chegar a um acordo entre Israel e os palestinos" e "pôr fim a uma guerra que nunca termina".