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Controladoria do Panamá investiga ex-funcionário do governo no caso Odebrecht

27/12/2016 20h49

Cidade do Panamá, 27 dez (EFE).- A Controladoria-Geral do Panamá ordenou nesta terça-feira a aberturas de uma investigação por enriquecimento ilícito contra um ex-funcionário do Ministério de Obras Públicas que teria relação com os subornos pagos no país pela construtora brasileira Odebrecht.

A Controladoria disse que o ex-diretor de Projetos Especiais do Ministério de Obras Públicas Carlos González terá sua "situação patrimonial" investigada dentro de uma iniciativa que tem como objetivo descobrir averiguar as denúncias de pagamento de subornos a servidores públicos pela Odebrecht.

"É dever da Controladoria-Geral da República investigar qualquer funcionário ou ex-funcionário que tenha recebido algum tipo de vantagem econômica, por si ou por intermediários, pela realização ou execução de contratos ou outros atos de gestão com entidades públicas", afirmou o órgão em comunicado.

Segundo a imprensa local, González trabalhou durante oito anos no Ministério de Obras Públicas e exerceu o cargo de diretor de Projetos Especiais até agosto de 2014. A Controladoria-Geral, porém, não confirmou se ele está relacionado com o caso Odebrecht.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou na última quarta-feira um relatório no qual afirma que a Odebrecht pagou US$ 788 milhões em subornos em 12 países, entre eles o Panamá, onde foram desembolsados US$ 59 milhões.

A resolução que ordena uma auditoria na diretoria de Projetos Especiais foi publicada nesta terça-feira. Assim que o processo terminar, o relatório será enviado à Procuradoria-Geral para que sejam realizadas as investigações necessárias se houver crime.

De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, que não cita nomes, a Odebrecht pagou os US$ 59 milhões em propinas entre 2009 e 2014, anos nos quais o país era governado pelo ex-presidente Ricardo Martinelli.