Chegada de imigrantes ilegais aos EUA aumenta em 2016; deportações diminuem
Beatriz Pascual Macías.
Washington, 30 dez (EFE).- A chegada irregular de imigrantes aos Estados Unidos aumentou durante o ano fiscal 2016, enquanto as deportações caíram levemente com relação ao período anterior, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Departamento de Segurança Nacional (DHS).
A maior parte dos imigrantes ilegais provém da América Central e são crianças que empreendem sozinhas o duro caminho aos EUA, assim como pais ou mães que rumam ao norte com seu filhos, destacaram em uma conferência telefônica funcionários do DHS que falaram sob condição de anonimato.
Neste ano fiscal 2016 (de 1º de outubro de 2015 a 30 de setembro de 2016), as deportações diminuíram 2,5% ao passar de 462.463 no ano fiscal de 2015 às 450.954 do período atual.
Embora as deportações tenham caído, o número de apreensões de imigrantes cresceu e se situou em 530.250, o que representa um aumento de 30,41% com relação ao ano anterior, quando foram efetuadas 406.595 detenções.
Este aumento no número de detenções significa que um maior número de imigrantes está tentando atravessar a fronteira e chegar aos Estados Unidos, uma tendência que atingiu seu ponto de maior repercussão midiática no verão de 2014 com a chegada de milhares de crianças da América Central.
Os dados publicados hoje mostram que a fronteira entre México e Estados Unidos, especialmente a área do Rio Grande, se transformou no principal ponto de entrada para os imigrantes.
O Escritório de Alfândegas e Proteção Fronteiriça (CBP), que se encarrega de fazer cumprir as leis migratórias na fronteira, deteve 415.816 imigrantes, dos quais a maioria (408.870) se encontrava em alguma parte dos mais de 3.000 quilômetros que separam Estados Unidos e México.
O perfil dos imigrantes que cruzam o limite entre México e Estados Unidos mudou de maneira substancial nos últimos 15 anos: agora o mais habitual é encontrar famílias que fogem da pobreza e da violência da América Central, ao invés de homens mexicanos sozinhos, o mais frequente há anos.
Neste ano fiscal, as autoridades migratórias detiveram na fronteira 59.757 crianças, que enfrentam sozinhas à rota aos Estados Unidos, assim como 77.857 indivíduos integrados em "unidades familiares", nome com o qual o Executivo designa os grupos de imigrantes compostos por um pai ou uma mãe e seus filhos.
O número de imigrantes que viaja em família aumentou 12% neste ano com relação a 2014, quando chegaram aos Estados Unidos 68.684 indivíduos em "unidades familiares", enquanto caiu em 13% o número de crianças não acompanhadas, que em 2014 foi de 68.631.
O ano de 2014 marcou um ponto de inflexão nas tendências migratórias dos EUA porque a chegada de crianças provocou uma crise humanitária e ultrapassou a capacidade de asilo do governo.
Esse ano também evidenciou as mudanças na origem dos imigrantes que cruzam a fronteira entre México e Estados Unidos, uma vez que em 2014, pela primeira vez, os imigrantes centro-americanos superaram em número os mexicanos, uma tendência que se manteve ao longo deste ano.
Concretamente, segundo a CBP, as detenções na fronteira de mexicanos diminuíram 17%, enquanto as apreensões de outros países cresceram 13%, porcentagem no qual predominam os cidadãos de Honduras, El Salvador e Guatemala, segundo funcionários americanos.
Em comunicado, o secretário de Segurança Nacional dos EUA, Jeh Johnson, afirmou que 99% das deportações deste ano fiscal cumpre com as regras estabelecidas em 2014 pelo presidente Barack Obama para que o governo priorizasse a deportação de criminosos sobre a expulsão de famílias.
Especialmente, Johnson enfatizou que 90% dos deportados do interior do país correspondia a condenados por crimes graves, um número que mostra um giro na política migratória a respeito de 2009, quando 51% dos expulsos eram criminosos e os demais imigrantes ilegais com raízes nos EUA.
Em seus oito anos de governo, Obama deportou 2,7 milhões de imigrantes, o que valeu ao atual presidente o desqualificador de "deportador-chefe", nome usado pela primeira vez em 2014 pela presidente da maior organização latina do país, o Conselho Nacional da Raça (NCLR), Janet Murguía.
O aumento na chegada de imigrantes, a maioria da América Central, aproximou os números atuais a níveis de 2014.
Segundo várias organizações, alguns imigrantes aceleraram sua viagem aos Estados Unidos por temor ao presidente eleito, Donald Trump, que assumirá o poder em 20 de janeiro e durante a campanha eleitoral prometeu construir um muro na fronteira com o México e deportar os 11 milhões de imigrantes ilegais que calcula-se que vivem nos EUA.
Washington, 30 dez (EFE).- A chegada irregular de imigrantes aos Estados Unidos aumentou durante o ano fiscal 2016, enquanto as deportações caíram levemente com relação ao período anterior, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Departamento de Segurança Nacional (DHS).
A maior parte dos imigrantes ilegais provém da América Central e são crianças que empreendem sozinhas o duro caminho aos EUA, assim como pais ou mães que rumam ao norte com seu filhos, destacaram em uma conferência telefônica funcionários do DHS que falaram sob condição de anonimato.
Neste ano fiscal 2016 (de 1º de outubro de 2015 a 30 de setembro de 2016), as deportações diminuíram 2,5% ao passar de 462.463 no ano fiscal de 2015 às 450.954 do período atual.
Embora as deportações tenham caído, o número de apreensões de imigrantes cresceu e se situou em 530.250, o que representa um aumento de 30,41% com relação ao ano anterior, quando foram efetuadas 406.595 detenções.
Este aumento no número de detenções significa que um maior número de imigrantes está tentando atravessar a fronteira e chegar aos Estados Unidos, uma tendência que atingiu seu ponto de maior repercussão midiática no verão de 2014 com a chegada de milhares de crianças da América Central.
Os dados publicados hoje mostram que a fronteira entre México e Estados Unidos, especialmente a área do Rio Grande, se transformou no principal ponto de entrada para os imigrantes.
O Escritório de Alfândegas e Proteção Fronteiriça (CBP), que se encarrega de fazer cumprir as leis migratórias na fronteira, deteve 415.816 imigrantes, dos quais a maioria (408.870) se encontrava em alguma parte dos mais de 3.000 quilômetros que separam Estados Unidos e México.
O perfil dos imigrantes que cruzam o limite entre México e Estados Unidos mudou de maneira substancial nos últimos 15 anos: agora o mais habitual é encontrar famílias que fogem da pobreza e da violência da América Central, ao invés de homens mexicanos sozinhos, o mais frequente há anos.
Neste ano fiscal, as autoridades migratórias detiveram na fronteira 59.757 crianças, que enfrentam sozinhas à rota aos Estados Unidos, assim como 77.857 indivíduos integrados em "unidades familiares", nome com o qual o Executivo designa os grupos de imigrantes compostos por um pai ou uma mãe e seus filhos.
O número de imigrantes que viaja em família aumentou 12% neste ano com relação a 2014, quando chegaram aos Estados Unidos 68.684 indivíduos em "unidades familiares", enquanto caiu em 13% o número de crianças não acompanhadas, que em 2014 foi de 68.631.
O ano de 2014 marcou um ponto de inflexão nas tendências migratórias dos EUA porque a chegada de crianças provocou uma crise humanitária e ultrapassou a capacidade de asilo do governo.
Esse ano também evidenciou as mudanças na origem dos imigrantes que cruzam a fronteira entre México e Estados Unidos, uma vez que em 2014, pela primeira vez, os imigrantes centro-americanos superaram em número os mexicanos, uma tendência que se manteve ao longo deste ano.
Concretamente, segundo a CBP, as detenções na fronteira de mexicanos diminuíram 17%, enquanto as apreensões de outros países cresceram 13%, porcentagem no qual predominam os cidadãos de Honduras, El Salvador e Guatemala, segundo funcionários americanos.
Em comunicado, o secretário de Segurança Nacional dos EUA, Jeh Johnson, afirmou que 99% das deportações deste ano fiscal cumpre com as regras estabelecidas em 2014 pelo presidente Barack Obama para que o governo priorizasse a deportação de criminosos sobre a expulsão de famílias.
Especialmente, Johnson enfatizou que 90% dos deportados do interior do país correspondia a condenados por crimes graves, um número que mostra um giro na política migratória a respeito de 2009, quando 51% dos expulsos eram criminosos e os demais imigrantes ilegais com raízes nos EUA.
Em seus oito anos de governo, Obama deportou 2,7 milhões de imigrantes, o que valeu ao atual presidente o desqualificador de "deportador-chefe", nome usado pela primeira vez em 2014 pela presidente da maior organização latina do país, o Conselho Nacional da Raça (NCLR), Janet Murguía.
O aumento na chegada de imigrantes, a maioria da América Central, aproximou os números atuais a níveis de 2014.
Segundo várias organizações, alguns imigrantes aceleraram sua viagem aos Estados Unidos por temor ao presidente eleito, Donald Trump, que assumirá o poder em 20 de janeiro e durante a campanha eleitoral prometeu construir um muro na fronteira com o México e deportar os 11 milhões de imigrantes ilegais que calcula-se que vivem nos EUA.
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