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Diretor da Odebrecht Latinvest afirma que empresa atuará para reparar erros

30/12/2016 22h01

Lima, 30 dez (EFE).- O presidente da Odebrecht Latinvest, Mauricio Cruz, afirmou nesta sexta-feira que a empresa redescobriu "a humildade necessária para reconhecer erros e atuar para repará-los", no meio da crise gerada pelos pagamentos de subornos feitos pela construtora em vários países.

Em mensagem interna enviada a seus funcionários pelo fim de ano, à qual a Agência Efe teve acesso, Cruz assegurou que a empresa não vai permitir "que uma situação similar volte a ocorrer" e que "seguirá promovendo e apoiando investigações - internas e externas - e implementando seu novo Sistema de Conformidade, comprometida a não tolerar qualquer tipo de desvio, seja por omissão ou ação."

Mauricio Cruz foi designado na semana passada como presidente da Odebrecht Latinvest, a filial da construtora brasileira responsável pelo investimento em concessões na América Latina e cuja sede está em Lima.

O novo diretor acrescentou hoje que o propósito da empresa é, "por meio das ações de reestruturação em curso, recuperar gradualmente a confiança da sociedade, para seguir trabalhando e cumprindo nossas obrigações junto ao Estado."

Na quarta-feira passada o Departamento de Justiça dos Estados Unidos publicou um relatório no qual afirmou que a Odebrecht e algumas de suas filiais pagaram aproximadamente US$ 788 milhões em subornos em 12 países, incluindo o Brasil, para obter contratos públicos.

No Peru, a empresa pagou US$ 29 milhões em subornos a funcionários entre 2005 e 2014, anos que compreendem os governos de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016), segundo se desprende do acordo assinado pela construtora com o Departamento de Justiça dos EUA.

Em sua mensagem, Cruz disse que a partir da experiência que tiveram em países como os Estados Unidos, Brasil e Suíça, reconhecem "a importância do uso de mecanismos de cooperação com a Justiça, buscando reparar danos e impulsionar a implementação de Sistemas de Conformidade".

"Estamos falando de um movimento em linha com o propósito comum de luta contra a corrupção, endossado por entidades internacionais como por exemplo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)", acrescentou.

O diretor afirmou que, com esse objetivo, também aderem ao Pacto Global das Nações Unidas "que procura mobilizar a comunidade empresarial internacional para adotar, em suas práticas de negócios, valores reconhecidos no âmbito dos direitos humanos, condições de trabalho, meio ambiente e ética na relação entre o privado e o público."

O primeiro-ministro do Peru, Fernando Zavala, anunciou na quarta-feira que a Odebrecht não poderá voltar a participar de uma licitação no país.