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ONG protesta em Copacabana contra mortes de crianças por balas perdidas

A manifestação foi motivada pela morte da menina Sofia Lara Braga, 2, vítima de bala perdida em Irajá, na zona norte - Estefan Radovicz/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
A manifestação foi motivada pela morte da menina Sofia Lara Braga, 2, vítima de bala perdida em Irajá, na zona norte Imagem: Estefan Radovicz/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

No Rio

23/01/2017 16h45

Com pelúcias, cartazes e uma bandeira do Brasil furada, a ONG Rio de Paz denunciou nesta segunda-feira (23), na praia de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, as mortes de crianças por balas perdidas, como a de Sofia Braga, 2, atingida no domingo (22) enquanto brincava em uma lanchonete em Irajá, na zona norte.

A ONG denunciou a morte de 31 crianças por balas perdidas nos últimos dez anos com um protesto pacífico na praia. Os ativistas colocaram brinquedos, pelúcias e 31 cartazes, um em memória de cada vítima, sobre a areia, onde também instalaram uma bandeira do Brasil com buracos, para representar as balas.

O presidente da Rio de Paz, Antonio Carlos Costa, se referiu ao caso de Sofia para denunciar que essa morte "não é um caso isolado".

"Nos últimos dez anos, 31 crianças morreram por balas perdidas, e nos últimos dois, 18", lamentou o ativista, que explicou que a organização escolheu Copacabana para o protesto porque "é emblemático, o cartão postal do Rio de Janeiro".

"Se chamamos, a população não vem. O brasileiro só protesta quando seu interesse pessoal está envolvido. O poder público ignora o drama destas crianças e a sociedade não se manifesta. Estamos vivendo em um contexto de guerra de drogas", e isto "leva a polícia a matar muito, e muitos morrem", afirmou.

"O Rio de Janeiro é uma cidade que vive nesse clima, tomada por munição e armas, estendidas por toda a região metropolitana. A sociedade tem se que manifestar. Imagina se isto acontece em Madri, Amsterdã ou Londres, uma criança vítima de uma bala perdida", lamentou Costa.

O presidente da Rio Paz reivindicou "governantes com autonomia" e denunciou que "nos últimos anos estamos governados por corruptos".

Segundo a opinião do ativista, o Rio de Janeiro "precisa desesperadamente priorizar a favela, combater a desigualdade social e valorizar o trabalho policial, o que não ocorre", segundo ele.