AI afirma que impunidade dominou a Síria em 2016, com mais de 300 mil mortos
Paris, 22 fev (EFE).- A impunidade reinou na Síria em 2016, ano em que o número de mortos no conflito superou os 300 mil e que todas as partes envolvidas cometeram "crimes de guerra, assim como outras violações graves do direito internacional humanitário e abusos flagrantes contra os direitos humanos", informou a Anistia Internacional (AI).
Em seu relatório anual sobre o estado dos direitos humanos no mundo, a AI explica que "as forças do governo sírio e de seu aliado russo fizeram ataques indiscriminados e ataques diretos contra civis e seus bens mediante bombardeios aéreos e de artilharia, causando milhares de vítimas".
Entre os aliados do regime de Bashar al Assad figuram ainda a organização libanesa Hezbollah, grupos armados e milícias de outros países, que também cometeram abusos. Além disso, "foi notificado que as forças governamentais utilizaram agentes químicos e mantiveram assédios prolongados que cercaram à população civil e limitaram seu acesso a bens e serviços essenciais".
O mais simbólico dos estados sítios, o de Aleppo, cuja população ficou dividida durante mais de quatro anos após a ofensiva dos rebeldes em julho de 2012, terminou em 15 de novembro, quando o Exército da Síria e seus aliados arrebataram militarmente os oponentes em vários bairros do leste até deixá-los encurralados.
Em seu relatório, a AI afirma que as autoridades "prenderam arbitrariamente milhares de pessoas, muitas delas vítimas de desaparecimentos forçados, reclusão prolongada e julgamento injusto, e continuaram cometendo sistematicamente torturas e outros maus tratos, causando mortes".
"Também foram cometidos homicídios ilegítimos, incluindo execuções extrajudiciais", acrescentou.
O grupo terrorista Estado Islâmico (EI), por sua vez, impôs "assédios à população civil, fez ataques diretos contra as pessoas e ações indiscriminadas, algumas delas, com agentes químicos". Também cometeu vários homicídios ilegítimos, e submeteu milhares de mulheres e meninas yazidis sequestradas no Iraque a escravidão sexual, por exemplo.
Outros grupos armados não governamentais impuseram "assédios a zonas predominantemente civis, onde lançaram ataques de artilharia indiscriminados". Além disso, as forças dirigidas pela coalizão liderada pelos Estados Unidos realizaram ataques aéreos contra o EI e outros alvos, nos quais centenas de civis morreram.
No fim ano, o conflito sírio tinha causado mais de 300 mil mortes e havia deixado 6,6 milhões de pessoas deslocadas dentro da própria Síria e 4,8 milhões refugiadas em outros países.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) ficou dividido e não conseguiu garantir um caminho para a paz. Já os esforços do enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, para promover conversas de paz foram muitas vezes infrutíferos.
Mas o fim do cerco a Aleppo, que representou um ponto de inflexão no conflito além de um grande triunfo para o regime sírio, ajudou a consolidar alguns avanços. Em dezembro, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que tinha sido acertado um cessar-fogo, apoiado pela Rússia e pela Turquia, entre o governo e algumas forças de oposição (exceto os jihadistas), seguido de novas negociações de paz a partir de janeiro.
Em 31 de dezembro, o Conselho de Segurança da ONU adotou por unanimidade uma resolução na qual expressou satisfação pela nova iniciativa de paz, ao mesmo tempo em que pedia garantia para a entrega "rápida, segura e sem obstáculos" da ajuda humanitária em todo o país.
Em seu relatório anual sobre o estado dos direitos humanos no mundo, a AI explica que "as forças do governo sírio e de seu aliado russo fizeram ataques indiscriminados e ataques diretos contra civis e seus bens mediante bombardeios aéreos e de artilharia, causando milhares de vítimas".
Entre os aliados do regime de Bashar al Assad figuram ainda a organização libanesa Hezbollah, grupos armados e milícias de outros países, que também cometeram abusos. Além disso, "foi notificado que as forças governamentais utilizaram agentes químicos e mantiveram assédios prolongados que cercaram à população civil e limitaram seu acesso a bens e serviços essenciais".
O mais simbólico dos estados sítios, o de Aleppo, cuja população ficou dividida durante mais de quatro anos após a ofensiva dos rebeldes em julho de 2012, terminou em 15 de novembro, quando o Exército da Síria e seus aliados arrebataram militarmente os oponentes em vários bairros do leste até deixá-los encurralados.
Em seu relatório, a AI afirma que as autoridades "prenderam arbitrariamente milhares de pessoas, muitas delas vítimas de desaparecimentos forçados, reclusão prolongada e julgamento injusto, e continuaram cometendo sistematicamente torturas e outros maus tratos, causando mortes".
"Também foram cometidos homicídios ilegítimos, incluindo execuções extrajudiciais", acrescentou.
O grupo terrorista Estado Islâmico (EI), por sua vez, impôs "assédios à população civil, fez ataques diretos contra as pessoas e ações indiscriminadas, algumas delas, com agentes químicos". Também cometeu vários homicídios ilegítimos, e submeteu milhares de mulheres e meninas yazidis sequestradas no Iraque a escravidão sexual, por exemplo.
Outros grupos armados não governamentais impuseram "assédios a zonas predominantemente civis, onde lançaram ataques de artilharia indiscriminados". Além disso, as forças dirigidas pela coalizão liderada pelos Estados Unidos realizaram ataques aéreos contra o EI e outros alvos, nos quais centenas de civis morreram.
No fim ano, o conflito sírio tinha causado mais de 300 mil mortes e havia deixado 6,6 milhões de pessoas deslocadas dentro da própria Síria e 4,8 milhões refugiadas em outros países.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) ficou dividido e não conseguiu garantir um caminho para a paz. Já os esforços do enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, para promover conversas de paz foram muitas vezes infrutíferos.
Mas o fim do cerco a Aleppo, que representou um ponto de inflexão no conflito além de um grande triunfo para o regime sírio, ajudou a consolidar alguns avanços. Em dezembro, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que tinha sido acertado um cessar-fogo, apoiado pela Rússia e pela Turquia, entre o governo e algumas forças de oposição (exceto os jihadistas), seguido de novas negociações de paz a partir de janeiro.
Em 31 de dezembro, o Conselho de Segurança da ONU adotou por unanimidade uma resolução na qual expressou satisfação pela nova iniciativa de paz, ao mesmo tempo em que pedia garantia para a entrega "rápida, segura e sem obstáculos" da ajuda humanitária em todo o país.
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