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Procuradoria acusa dois ex-presidentes da Portugal Telecom no caso Sócrates

24/02/2017 16h12

Lisboa, 24 fev (EFE).- A Procuradoria de Portugal acusou nesta sexta-feira Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, ambos ex-presidentes da operadora Portugal Telecom, em um escândalo de corrupção que tem como principal investigado o ex-primeiro-ministro José Sócrates.

Em comunicado, a Procuradoria afirmou que Bava e Granadeiro são suspeitos dos crimes de fraude fiscal, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os dois foram interrogados por isso.

Em julho do ano passado, o órgão já tinha informado que estava investigando a relação de Sócrates com a Portugal Telecom. Foram realizadas operações de busca e operação em várias sedes do grupo, imóveis de ex-gerentes da empresa e um escritório de advocacia.

Apesar de a Procuradoria não ter dado mais detalhes sobre a nova etapa do caso, a imprensa portuguesa afirmou que a investigação quer descobrir se houve pagamento de propinas a Sócrtas nos negócios realizados pela Portugal Telecom no Brasil.

A Portugal Telecom vendeu em 2010 à Telefónica a participação que tinha na Vivo e entrou como acionista da OI. Depois, a operadora se fundiu com a OI e foi vendida à Altice.

Sócrates foi preso em novembro de 2014 e passou dez meses detido preventivamente por suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude fiscal. No entanto, mais de dois anos depois, a Procuradoria não apresentou acusações formais contra ele. Por isso, ele entrou com recurso denunciando o descumprimento de prazos legais.

Documentos vazados à imprensa indicam que Sócrates, que foi primeiro-ministro entre 2005 e 2011, era dono de uma fortuna de 20 milhões de euros, escondidos em uma complexa rede de contas bancárias no exterior e com ajuda de testas de ferro.

Com Bava e Granadeiro, já são 22 os envolvidos no caso, entre eles o ex-presidente do Banco Espírito Santo Ricardo Salgado, o ex-ministro Armando Vara e o empresário e amigo de Sócrates, Carlos Santos Silva, considerado como laranja do ex-premiê.