Bombardeios contra civis e fome marcam dois anos de conflito no Iêmen
Genebra, 24 mar (EFE).- A ONU denunciou nesta sexta-feira que a crise de fome infantil e os contínuos bombardeios contra civis marcam os dois anos da guerra civil no Iêmen, que causou a morte de 4.773 civis e deixou 8.272 feridos.
Um conflito de vários anos latente no Iêmen piorou gravemente a partir de 26 de março de 2015, coincidindo com a intervenção da Arábia Saudita à frente de uma coalizão militar árabe, em defesa da exilado presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi.
O político tinha sido obrigado a se exilar pelo movimento rebelde houthi (xiita), que passou a controlar a capital e a maior parte do território iemenita.
Os números atualizados de vítimas refletem só o custo humano da guerra entre os civis -excluindo as baixas entre soldados leais a Hadi e rebeldes- e são claramente menores do que a realidade, reconheceu a ONU.
A ONU, que conta com analistas em direitos humanos e pessoal humanitário no Iêmen, afirmou que a situação está pior, com um aumento da hostilidades nos três últimos meses.
Segundo sua apuração, só em fevereiro mais de 106 civis morreram, a maior parte em bombardeios aéreos e de artilharia lançados desde embarcações de guerra da coalizão árabe, que recebe também apoio dos Estados Unidos.
O pior ato foi o recente bombardeio de uma embarcação que levava imigrantes e refugiados, que deixou 33 mortos e uma dezena de desaparecidos, mas a este se somam bombardeios contra caminhões de alimentos, mercados e inclusive barcos de pesca.
A ONU não isenta de responsabilidade os houthis, organizados em comitês populares e que são seguidores do antecessor de Hati, o ex-presidente Abdullah Saleh.
Os houthis são acusados de "assediar áreas povoadas na província de Taiz, impedindo a saída dos civis e restringindo o acesso humanitário.
"Escutamos testemunhos de gente dentro de Taiz que está desesperada pela falta de alimentos, de água e de leite para os bebês", explicou o Escritório de Direitos Humanos da ONU.
"As crianças, mulheres grávidas e idosos, especialmente aqueles que sofrem com doenças crônicas, estão particularmente expostos e em perigo pela falta de remédios", continuou.
"Dois anos de violência gratuita e massacres, milhares de mortos e milhões de pessoas que necessitam desesperadamente de ajuda... é suficiente. Peço às partes deste conflito e aos que influenciar nelas que trabalhem a favor de um cessar-fogo", disse em comunicado o alto comissário para os direitos humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein.
O alto funcionário também pediu que a criação de um órgão internacional independente que investigue os crimes cometidos nesta guerra, que atualmente são investigados unicamente por uma entidade criada pela Arábia Saudita e que a ONU considera que não atua com suficiente imparcialidade.
Um conflito de vários anos latente no Iêmen piorou gravemente a partir de 26 de março de 2015, coincidindo com a intervenção da Arábia Saudita à frente de uma coalizão militar árabe, em defesa da exilado presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi.
O político tinha sido obrigado a se exilar pelo movimento rebelde houthi (xiita), que passou a controlar a capital e a maior parte do território iemenita.
Os números atualizados de vítimas refletem só o custo humano da guerra entre os civis -excluindo as baixas entre soldados leais a Hadi e rebeldes- e são claramente menores do que a realidade, reconheceu a ONU.
A ONU, que conta com analistas em direitos humanos e pessoal humanitário no Iêmen, afirmou que a situação está pior, com um aumento da hostilidades nos três últimos meses.
Segundo sua apuração, só em fevereiro mais de 106 civis morreram, a maior parte em bombardeios aéreos e de artilharia lançados desde embarcações de guerra da coalizão árabe, que recebe também apoio dos Estados Unidos.
O pior ato foi o recente bombardeio de uma embarcação que levava imigrantes e refugiados, que deixou 33 mortos e uma dezena de desaparecidos, mas a este se somam bombardeios contra caminhões de alimentos, mercados e inclusive barcos de pesca.
A ONU não isenta de responsabilidade os houthis, organizados em comitês populares e que são seguidores do antecessor de Hati, o ex-presidente Abdullah Saleh.
Os houthis são acusados de "assediar áreas povoadas na província de Taiz, impedindo a saída dos civis e restringindo o acesso humanitário.
"Escutamos testemunhos de gente dentro de Taiz que está desesperada pela falta de alimentos, de água e de leite para os bebês", explicou o Escritório de Direitos Humanos da ONU.
"As crianças, mulheres grávidas e idosos, especialmente aqueles que sofrem com doenças crônicas, estão particularmente expostos e em perigo pela falta de remédios", continuou.
"Dois anos de violência gratuita e massacres, milhares de mortos e milhões de pessoas que necessitam desesperadamente de ajuda... é suficiente. Peço às partes deste conflito e aos que influenciar nelas que trabalhem a favor de um cessar-fogo", disse em comunicado o alto comissário para os direitos humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein.
O alto funcionário também pediu que a criação de um órgão internacional independente que investigue os crimes cometidos nesta guerra, que atualmente são investigados unicamente por uma entidade criada pela Arábia Saudita e que a ONU considera que não atua com suficiente imparcialidade.
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