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Kremlin defende atuação policial contra manifestantes opositores

27/03/2017 09h29

Moscou, 27 mar (EFE).- O Kremlin defendeu nesta segunda-feira a atuação da polícia russa na hora de dispersar os manifestantes opositores que protagonizaram no domingo um grande protesto antigovernamental na capital e em várias cidades do país.

"As forças da ordem atuaram de maneira absolutamente correta, altamente profissional, e de acordo com a lei", disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, à imprensa local.

Peskov lembrou que o protesto em Moscou, na qual foram detidas centenas de pessoas, não estava autorizada e que os manifestantes se concentraram no centro da cidade, o que complicou o trânsito e ameaçou "a segurança de uma grande quantidade de transeuntes".

O porta-voz ressaltou que, defendendo a liberdade de expressão, as autoridades não podem permitir que algumas pessoas, em alusão aos líderes opositores, manipulem menores de idade, "de fato, crianças", pondo em perigo suas vidas.

Peskov sugeriu que os opositores teriam pago dinheiro aos jovens, que integravam uma boa parte dos manifestantes na capital russa, para que participassem da manifestação contra a corrupção.

"O que vimos ontem em vários lugares, mas especialmente em Moscou, foi uma provocação e uma mentira", ressaltou, lembrando que a Prefeitura de Moscou ofereceu dois lugares alternativos para o protesto.

Peskov admitiu que a atitude da oposição extraparlamentar de instigar as pessoas a protagonizarem ações ilegais "causa alarme" e que o presidente, Vladimir Putin, tinha sido informado disso.

Além disso, rejeitou as críticas feitas pela Secretaria de Estado americana, que criticou a detenção do líder opositor Alexei Navalni e de várias centenas de manifestantes.

Quanto às manifestações autorizadas realizadas no domingo em várias cidades, Peskov afirmou que as reivindicações de seus participantes não serão ignoradas.

Dezenas de milhares de pessoas participaram no domingo de uma jornada de protestos que se estendeu por todo o país e que no caso de Moscou terminou com mais de 500 detidos, segundo fontes policiais, e 1,4 mil pessoas segundo organizações de direitos humanos.

A jornada de protesto contra a corrupção entre os altos cargos foi convocada pelo líder da oposição extraparlamentária, Alexei Navalny, que pode ser condenado hoje a quinze dias de detenção administrativa.

Os EUA condenaram a detenção de "centenas de manifestantes pacíficos", enquanto a União Europeia reivindicou a libertação "sem demoras" dos opositores no maior protesto desde 2012.