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Israel congela plano para zona mista de oração no Muro das Lamentações

25/06/2017 13h10

Jerusalém, 25 jun (EFE).- O governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, congelou neste domingo os planos de construção de uma área de oração mista no Muro das Lamentações após receber numerosas pressões dos setores mais conservadores de sua coalizão.

Netanyahu suspendeu hoje o plano, previamente aprovado pelo seu Executivo, de estabelecer um espaço misto de reza para o Muro das Lamentações, o vestígio do local mais sagrado para o judaísmo, entre o grande espaço reservado para homens e o muito menor reservado para as mulheres.

Natan Sharansky, presidente executivo da Agência Judeia, que esteve presente durante a reunião na qual Netanyahu anunciou sua decisão, expressou "profunda decepção pela decisão do governo de Israel de suspender a implementação da sua própria decisão de estabelecer um espaço digno para reza igualitária no Muro das Lamentações".

"Esta decisão dificultará o nosso trabalho de aproximar Israel do mundo judaico", acrescentou Sharansky em um comunicado oficial.

A resolução de Netanyahu tem como pando fundo as pressões de parlamentares ortodoxos e ultraortodoxos para que se cancelasse o projeto aprovado em janeiro de 2016.

As negociações entre o governo e diferentes grupos judaicos progressistas, entre os quais encontravam-se as Mulheres do Muro (organização feminista que luta para ter os mesmos direitos e deveres que os homens no referente à religião), começaram há quatro anos.

"Netanyahu iniciou e promoveu este plano, os representantes religiosos presentes votaram, por grande maioria, aceitando a habilitação da zona mista, mas nada se movimentou desde então", disse à Agência Efe Hilá Perl, porta-voz das Mulheres do Muro.

"Até hoje, dia em que o governo tinha que pronunciar-se por petição do Tribunal Supremo e o fez dizendo que não haverá uma área de reza pluralista, se submetendo às pressões dos ultraortodoxos da coalizão", lamentou Perl.

"É muito triste que o governo israelense se divirta com tantos judeus cuja ideologia se baseia na igualdade", concluiu a porta-voz. EFE

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