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Juiz dos EUA autoriza extradição ao Panamá do ex-presidente Martinelli

31/08/2017 18h11

Miami (EUA), 31 ago (EFE).- Um juiz federal dos Estados Unidos considerou nesta quinta-feira procedente o pedido de extradição do ex-presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, requerido em seu país pelos supostos crimes de peculato e escutas ilegais.

Na decisão sobre a solicitação de extradição de Martinelli, o magistrado Edwin Torres deu a razão à procuradoria, que representa o governo do Panamá neste caso.

"Após a consideração cuidadosa do expediente, das provas apresentadas para as audiências de extradição, junto com os argumentos orais, a moção do governo é concedida", disse o juiz em seu pronunciamento.

A corte considerou que Martinelli é "extraditável pelos quatro supostos delitos conforme o tratado entre EUA e Panamá relativo à extradição de criminosos, convênio contra a corrupção e crime cibernéticos".

Dessa forma, o magistrado aponta no documento de 93 páginas que detalha as razões da sua decisão que Martinelli ficará recluso em um centro de detenção federal de Miami, ou outra dependência penal, "pendente da disposição final deste assunto pelo Secretário de Estado ou pelos agentes designados do governo do Panamá".

O porta-voz do ex-governante, Luis Eduardo Camacho, assegurou após saber da decisão de Torres que seguirão lutando e que agora trabalharão na apelação, que poderia ser feita perante o Tribunal de Apelações com sede em Atlanta (Geórgia).

Camacho garantiu ainda que o ex-presidente panamenho está preparado para um processo judicial longo, mas indicou que perante a nova instância insistirão no direito à fiança de Martinelli, detido no último dia 12 de junho no sul da Flórida.

Martinelli chegou em 2015 a Miami após ter residido em paradeiro desconhecido durante vários meses depois de abandonar o Panamá em 28 de janeiro de 2015, mesmo dia em que o Supremo Tribunal panamenho abriu a primeira das causas penais contra ele.

O ex-presidente apresentou nesse mesmo ano uma solicitação de asilo, ainda não respondida, na qual alega que é um perseguido politico de seu antigo vice-presidente, Juan Carlos Varela, hoje presidente do Panamá, que nega essa acusação.