Da psicanálise à auriculoterapia, mexicanos tentam se recuperar do terremoto
Zoilo Carrillo.
Cidade do México, 30 set (EFE).- O governo do México tem prestado atendimento às pessoas afetadas pelo terremoto que atingiu o país em 19 de setembro, combinando o diagnóstico psicológico tradicional com tratamentos alternativos, como a auriculoterapia, todos eles disponíveis em diversos pontos de assistência na capital.
De acordo com especialistas, as pessoas afetadas podem apresentar de retenção das emoções, que se tornam ataques de pânico, até uma dispersão da energia do corpo, que precisa ser recolocada no lugar.
"Precisamos que passem pelo processo de catarse, que eliminem toda a informação do que viveram e comecem a se readaptar", explica à Agência Efe a psicóloga Adriana Saucillo, do Instituto Mexicano do Seguro Social (IMSS), que atende o público no Parque México.
Em parte, ela atribui o mal-estar das pessoas à culpa. Depois de viver um episódio como este, o ser humano tende a pensar que cometeu um erro, e, se não se expressar, a pessoa poder ter crises de ansiedade, pesadelos e ataques de pânico.
"Muita gente diz que não conseguiu ajudar como gostaria e isso provoca muita ansiedade", argumenta.
Em sessões de 40 minutos, a psicóloga pede que os pacientes olhem os acontecimentos de outra perspectiva e ressalta que ainda existe muito tempo para se mostrar útil.
"Esse é um trabalho de longo prazo. Quem não conseguiu ajudar tem que entender que terá o seu momento. Enquanto a ansiedade não for tratada da forma adequada, podem crescer sintomas que podem, inclusive, derivar em fobias", explica.
Uma das pessoas atendidas foi Liliana España. Ela conta que os especialistas sugeriram que ela entendesse que o tremor não estava em seu controle.
"Tenho que ficar mais com a minha família e saber que é algo que não podemos controlar", conta.
Além de eliminar os sentimentos através de ferramentas da psicanálise, os especialistas utilizam técnicas de relaxamento e respiração com os pacientes, já que isso "também ajuda a fazer com que os pensamentos se organizem", diz Adriana.
No Parque España, terapeutas alternativos trabalham com as energias. Para a terapeuta Carmen Huitzil "todos somos energia" e, devido ao impacto do tremor, ela se dispersou. O trabalho agora é reuni-las e colocá-las de volta ao nosso centro energético, localizado no umbigo.
"Recolhemos as energias com as mãos e a fechamos para que se estabilize", precisa.
O terapeuta Carlos Celio explica que a auriculoterapia também é uma técnica possível.
"É um tratamento feito na orelha. Acreditamos que a orelha tem o formato de um feto invertido e nele encontramos situadas as diferentes partes do corpo", expõe.
Mediante a inspeção da orelha eles percebem se o paciente apresenta problemas na cabeça, na coluna ou até em órgãos internos. Geralmente os mais prejudicados são o fígado e o coração.
"Algumas vezes aparecem pequenas inflamações, veias mais altas ou uma parte da pele com coloração diferente que nos indicam o tipo de problema que a pessoa tem", afirma.
Para trabalhar na orelha, eles se servem de sementinhas ou pequenas bolinhas que regulam a energia do corpo.
A tradicional "cura pelo susto" também é usada. Ela é aplicada quando o corpo vê os sentimentos desestabilizados e isto provoca uma reação em cadeia, afetando as emoções das pessoas ao seu redor. Utilizando diferentes técnicas tradicionais, os terapeutas ajudam "as vibrações do corpo a se normalizar e então fazer com que as todas as emoções voltem ao lugar". Para isso, utilizam óleos naturais e os tradicionais Florais de Bach.
Convencionais ou alternativos, os tratamentos no México tem o objetivo de estabilizar o ser humano perante a comoção gerada após o terremoto de magnitude 7,1 que já totalizou 337 mortes, conforme dados oficiais.
Cidade do México, 30 set (EFE).- O governo do México tem prestado atendimento às pessoas afetadas pelo terremoto que atingiu o país em 19 de setembro, combinando o diagnóstico psicológico tradicional com tratamentos alternativos, como a auriculoterapia, todos eles disponíveis em diversos pontos de assistência na capital.
De acordo com especialistas, as pessoas afetadas podem apresentar de retenção das emoções, que se tornam ataques de pânico, até uma dispersão da energia do corpo, que precisa ser recolocada no lugar.
"Precisamos que passem pelo processo de catarse, que eliminem toda a informação do que viveram e comecem a se readaptar", explica à Agência Efe a psicóloga Adriana Saucillo, do Instituto Mexicano do Seguro Social (IMSS), que atende o público no Parque México.
Em parte, ela atribui o mal-estar das pessoas à culpa. Depois de viver um episódio como este, o ser humano tende a pensar que cometeu um erro, e, se não se expressar, a pessoa poder ter crises de ansiedade, pesadelos e ataques de pânico.
"Muita gente diz que não conseguiu ajudar como gostaria e isso provoca muita ansiedade", argumenta.
Em sessões de 40 minutos, a psicóloga pede que os pacientes olhem os acontecimentos de outra perspectiva e ressalta que ainda existe muito tempo para se mostrar útil.
"Esse é um trabalho de longo prazo. Quem não conseguiu ajudar tem que entender que terá o seu momento. Enquanto a ansiedade não for tratada da forma adequada, podem crescer sintomas que podem, inclusive, derivar em fobias", explica.
Uma das pessoas atendidas foi Liliana España. Ela conta que os especialistas sugeriram que ela entendesse que o tremor não estava em seu controle.
"Tenho que ficar mais com a minha família e saber que é algo que não podemos controlar", conta.
Além de eliminar os sentimentos através de ferramentas da psicanálise, os especialistas utilizam técnicas de relaxamento e respiração com os pacientes, já que isso "também ajuda a fazer com que os pensamentos se organizem", diz Adriana.
No Parque España, terapeutas alternativos trabalham com as energias. Para a terapeuta Carmen Huitzil "todos somos energia" e, devido ao impacto do tremor, ela se dispersou. O trabalho agora é reuni-las e colocá-las de volta ao nosso centro energético, localizado no umbigo.
"Recolhemos as energias com as mãos e a fechamos para que se estabilize", precisa.
O terapeuta Carlos Celio explica que a auriculoterapia também é uma técnica possível.
"É um tratamento feito na orelha. Acreditamos que a orelha tem o formato de um feto invertido e nele encontramos situadas as diferentes partes do corpo", expõe.
Mediante a inspeção da orelha eles percebem se o paciente apresenta problemas na cabeça, na coluna ou até em órgãos internos. Geralmente os mais prejudicados são o fígado e o coração.
"Algumas vezes aparecem pequenas inflamações, veias mais altas ou uma parte da pele com coloração diferente que nos indicam o tipo de problema que a pessoa tem", afirma.
Para trabalhar na orelha, eles se servem de sementinhas ou pequenas bolinhas que regulam a energia do corpo.
A tradicional "cura pelo susto" também é usada. Ela é aplicada quando o corpo vê os sentimentos desestabilizados e isto provoca uma reação em cadeia, afetando as emoções das pessoas ao seu redor. Utilizando diferentes técnicas tradicionais, os terapeutas ajudam "as vibrações do corpo a se normalizar e então fazer com que as todas as emoções voltem ao lugar". Para isso, utilizam óleos naturais e os tradicionais Florais de Bach.
Convencionais ou alternativos, os tratamentos no México tem o objetivo de estabilizar o ser humano perante a comoção gerada após o terremoto de magnitude 7,1 que já totalizou 337 mortes, conforme dados oficiais.
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