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Premiê diz que morte de jornalista deve ser investigada também fora de Malta

18/10/2017 10h17

Roma, 18 out (EFE).- O primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat, pediu a colaboração de todos os países europeus para investigar o assassinato da jornalista Daphne Caruana Galizia, por considerar que "boa parte do caso está fora de Malta", em uma entrevista publicada nesta quarta-feira no jornal italiano "La Repubblica".

Muscat evitou responder sobre quem pensa que pode estar por trás do assassinato da jornalista, que investigava os chamados Panama Papers e outros assuntos de corrupção no país, por acreditar que "seria irresponsável" e atrapalharia as investigações.

O premiê assegurou que porá a disposição dos investigadores do país e estrangeiros todos os recursos, também econômicos, para que resolvam o caso o mais rápido possível".

A esse respeito, Muscat fez um apelo aos países europeus para que também ajudem nas investigações.

"Ajudem-nos. Não se assassinou uma jornalista maltesa. Foi assassinada uma jornalista europeia. Precisamos da ajuda de todos porque penso que uma boa parte deste caso está fora de Malta", acrescentou.

Especialistas do Instituto Forense holandês foram a Malta para realizar algumas investigações e também chegarão em breve agentes do FBI (polícia federal americana), segundo antecipou Muscat.

Segundo publicou hoje "La Repubblica", a pista por trás do assassinato de Caruana Galizia, que morreu na explosão de seu carro, levaria às últimas investigações sobre narcotráfico e contrabando de petróleo procedente da Líbia.

O jornal afirma ainda que documentos das promotorias italianas provam a presença de membros da máfia calabresa, Ndrangheta, e outras máfias em Malta para realizar operações de lavagem de dinheiro.

Por outra parte, Muscat anunciou ontem à noite em um programa de televisão a possibilidade de oferecer uma recompensam a quem possa dar algum detalhe do homicídio.

Foi a jornalista maltesa que revelou em seu blog que a esposa do premiê, Michele, tinha participações na companhia Egrant, com sede no Panamá, à qual foram transferidos capitais.

Este escândalo provocou a decisão de Muscat de adiantar no último mês de junho as eleições, que voltou a ganhar.

Em outra entrevista publicada hoje no jornal italiano "La Stampa", Muscat reiterou que a sua família não tem contas no exterior.

Por fim, o premiê maltês assegurou que no país se vive um sentimento comum de "raiva e de indignação", porque o que aconteceu é "inaceitável".