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Samsung e SK são investigadas por financiar grupos conservadores sul-coreanos

24/10/2017 09h09

Seul, 24 out (EFE).- O Ministério Público da Coreia do Sul acredita que os dois maiores conglomerados do país, Samsung e SK, financiaram grupos de ativistas conservadores pressionados pela agência de espionagem durante o governo do ex-presidente Lee Myung-bak, afirmou nesta terça-feira a agência "Yonhap".

O Serviço Nacional de Inteligência (NIS) pressionou ambos grupos para que doassem a estas organizações uma quantia equivalente a US$ 1,77 milhão durante o mandato de Lee (2008-2013), explicaram à "Yonhap" fontes da procuradoria.

A informação é divulgada após interrogatórios relacionados com uma investigação sobre a suposta instrumentalização do NIS para atividades de interferência política durante os governos conservadores de Lee e Park Geun-hye, destituída no último mês de março por corrupção quando lhe restava ainda um ano de mandato.

As investigações, que começaram após a revelação de que várias equipes da agência de espionagem sul-coreana tentaram influenciar com campanhas on-line as eleições presidenciais de 2012, se aceleraram com a chegada ao poder do liberal Moon Jae-in em maio.

A procuradoria acredita que, além destas operações na internet, o NIS pressionou os "chaebol" (grandes conglomerados empresariais) para que doassem dinheiro a grupos conservadores que organizaram grandes atos a favor do governo e campanhas contra partidos liberais, aos quais acusavam de serem cúmplices da Coreia do Norte.

O Ministério Público já prepara a detenção do ex-diretor de uma unidade do NIS dedicado exclusivamente a estas atividades, segundo a "Yonhap".

Tanto a SK (proprietária, entre outras, do fabricante de chips SK Hynix, da maior refinaria do país e do primeiro operador de telefonia móvel sul-coreano) como a Samsung estão implicadas no caso de corrupção da "Rasputina", que provocou a destituição da ex-presidente Park Geun-hye.

Park é acusada de ter extorquido junto com sua amiga Choi Soon-sil (conhecida como "Rasputina") vários milhões de dólares de conglomerados em troca de que estes obtivessem um tratamento preferencial do governo, e a ex-governante enfrenta agora a possibilidade de ser condenada até à prisão perpétua.

Por conta deste escândalo, o presidente de fato da Samsung, Lee Jae-yong, foi condenado a cinco anos de prisão.