Diretora da ONU Mulheres diz que educação é fundamental contra assédio sexual
Mario Villar.
Nações Unidas, 24 nov (EFE).- A Educação e o aumento do número de mulheres em cargos de responsabilidade são fundamentais para continuar progredindo na luta contra o assédio sexual, avisa a diretora executiva da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, a ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka.
O alerta é feito na véspera do Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher, que este ano acontece em meio a uma avalanche de denúncias de assédio cometido por conhecidas figuras e com as vítimas se fazendo ouvir cada vez mais com a hashtag #MeToo (#Eutambém).
"Sem dúvida, estamos vendo algumas mudanças", afirma Mlambo-Ngcuka, em entrevista à Agência Efe.
A principal é que mais mulheres estão se sentindo capazes de denunciar, apesar das consequências que ainda existem, como a de encarar pessoas que tendem a duvidar ou minimizar o relato. Além da coragem das vítimas, ela destaca um fator importante desta mudança: necessidade da presença de mulheres em altos cargos tanto no setor público quanto no setor privado.
"Quando aumentamos o número de mulheres em postos de responsabilidade, acreditemos na possibilidade de as outras saibam que há solidariedade nos níveis mais altos", afirma.
Em sua opinião, com mulheres sentadas ao lado de homens nos conselhos administrativas é muito mais difícil "varrer as denúncias para debaixo do tapete".
Mlambo-Ngcuka considera fundamental que aqueles que têm influência garantam que os responsáveis pelos assédios vão enfrentar as devidas "consequências", seja com um aumento de salário negado, com a demissão ou perdendo o apoio que tinha.
"Sabemos que quando não há punição, o comportamento se repete. Fazem porque podem fazer", adverte.
Para a diretora da ONU Mulheres, o mundo ainda não atingiu um "ponto de inflexão" no qual um número suficiente de homens rejeite firmemente o assédio e deixe claro que não vai aceitá-lo.
"O fato de ainda não termos chegado a um ponto de tolerância zero na sociedade é um problema", enfatiza.
Ela faz esse esclarecimento para questionar como alguém como Donald Trump, acusado por várias mulheres, tenha se tornado presidente dos Estados Unidos.
Perguntada sobre se serão os jovens de hoje os que finalmente farão a mudança, Mlambo-Ngcuka responde que não necessariamente. Conforme explica, estudos mostram que muitos adolescentes acham que assediar, ou mesmo estuprar, mulheres é simplesmente "uma coisa que os homens fazem".
"Também existem meninas que acham aceitável que os homens as tratem assim", afirma.
Para a mulher que já foi vice-presidente da África do Sul, educação é a chave do sucesso, assim como "a criação de exemplos do que é aceitável e o que não".
Mlambo-Ngcuka ressalta que para alcançar esse patamar os modelos de comportamento têm que estar presentes tanto no lar quanto na esfera pública, começando por líderes e pessoas em postos de responsabilidade.
"Faz falta um entendimento claro na sociedade de que este comportamento não é aceitável e de que os homens não têm direito de tratar às mulheres como se fossem a sua propriedade", declara.
Nações Unidas, 24 nov (EFE).- A Educação e o aumento do número de mulheres em cargos de responsabilidade são fundamentais para continuar progredindo na luta contra o assédio sexual, avisa a diretora executiva da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, a ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka.
O alerta é feito na véspera do Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher, que este ano acontece em meio a uma avalanche de denúncias de assédio cometido por conhecidas figuras e com as vítimas se fazendo ouvir cada vez mais com a hashtag #MeToo (#Eutambém).
"Sem dúvida, estamos vendo algumas mudanças", afirma Mlambo-Ngcuka, em entrevista à Agência Efe.
A principal é que mais mulheres estão se sentindo capazes de denunciar, apesar das consequências que ainda existem, como a de encarar pessoas que tendem a duvidar ou minimizar o relato. Além da coragem das vítimas, ela destaca um fator importante desta mudança: necessidade da presença de mulheres em altos cargos tanto no setor público quanto no setor privado.
"Quando aumentamos o número de mulheres em postos de responsabilidade, acreditemos na possibilidade de as outras saibam que há solidariedade nos níveis mais altos", afirma.
Em sua opinião, com mulheres sentadas ao lado de homens nos conselhos administrativas é muito mais difícil "varrer as denúncias para debaixo do tapete".
Mlambo-Ngcuka considera fundamental que aqueles que têm influência garantam que os responsáveis pelos assédios vão enfrentar as devidas "consequências", seja com um aumento de salário negado, com a demissão ou perdendo o apoio que tinha.
"Sabemos que quando não há punição, o comportamento se repete. Fazem porque podem fazer", adverte.
Para a diretora da ONU Mulheres, o mundo ainda não atingiu um "ponto de inflexão" no qual um número suficiente de homens rejeite firmemente o assédio e deixe claro que não vai aceitá-lo.
"O fato de ainda não termos chegado a um ponto de tolerância zero na sociedade é um problema", enfatiza.
Ela faz esse esclarecimento para questionar como alguém como Donald Trump, acusado por várias mulheres, tenha se tornado presidente dos Estados Unidos.
Perguntada sobre se serão os jovens de hoje os que finalmente farão a mudança, Mlambo-Ngcuka responde que não necessariamente. Conforme explica, estudos mostram que muitos adolescentes acham que assediar, ou mesmo estuprar, mulheres é simplesmente "uma coisa que os homens fazem".
"Também existem meninas que acham aceitável que os homens as tratem assim", afirma.
Para a mulher que já foi vice-presidente da África do Sul, educação é a chave do sucesso, assim como "a criação de exemplos do que é aceitável e o que não".
Mlambo-Ngcuka ressalta que para alcançar esse patamar os modelos de comportamento têm que estar presentes tanto no lar quanto na esfera pública, começando por líderes e pessoas em postos de responsabilidade.
"Faz falta um entendimento claro na sociedade de que este comportamento não é aceitável e de que os homens não têm direito de tratar às mulheres como se fossem a sua propriedade", declara.
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