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Promotoria holandesa confirma que Praljak ingeriu veneno no TPII

30/11/2017 11h52

Haia, 30 nov (EFE).- O frasco que estava em posse do criminoso de guerra bósnio-croata Slobodab Praljak durante sua audiência no Tribunal Penal para a ex-Iugoslávia (TPII) na quarta-feira continha um "produto químico que pode levar à morte", confirmou nesta quinta-feira a Promotoria holandesa, que segue o caso.

O Instituto Médico Legal holandês está realizando a autópsia do corpo de Prajlak para determinar as causas exatas de sua morte depois de ter ingerido ontem um líquido diante do tribunal onde era julgado por crimes na Guerra dos Bálcãs (1992-1995).

A investigação toxicológica, cujos resultados devem sair nos próximos dias, deve proporcionar mais clareza sobre a causa do falecimento.

O Ministério Público não esclareceu a natureza exata da substância que o bósnio-croata bebeu segundos depois de o Tribunal Penal para a ex-Iugoslávia (TPII) confirmar o veredito de 20 anos de prisão para este criminoso.

As autoridades holandesas, que estão investigando o ocorrido a pedido do TPII, centram a busca em duas ilegalidades: a "assistência ao suicídio" e "a violação da Lei de Medicamentos".

Praljak, que foi condenado por crimes contra a humanidade por seu papel na Guerra da Bósnia, estava desde 2004 detido e era muito provável que saísse de prisão dentro de alguns meses, ao cumprir dois terços de sua pena.

As perguntas giram agora sobre como Praljak teve acesso ao veneno, apesar da forte custódia em prisão e da segurança dentro do Tribunal.

Segundo o advogado Erik Kok, que trabalhou como assistente legal no TPII durante seis anos, é muito difícil evitar que um detido obtenha "drogas ou telefones celulares" dentro de prisão.

Além disso, em entrevista à televisão holandesa "RTL Nieuws", ressaltou que os suspeitos podem sair à rua sob certas condições e durante as mudanças na penitenciária caminham pelos corredores sozinhos e estão em contato com muitas pessoas, desde guardas e faxineiros até advogados e familiares.

A ala da prisão holandesa de Scheveningen onde estão presos os suspeitos e condenados do TPII é dirigida pela ONU e os guardas são funcionários da organização.