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Regatistas voluntários dizem que 2.900 morreram e desapareceram na Guatemala

04/07/2018 17h38

Cidade da Guatemala, 4 jul (EFE).- A organização de voluntários Antigua Al Rescate, que se formou após a explosão do Vulcão de Fogo na Guatemala, afirmou nesta quarta-feira que a erupção de 3 de junho não deixou 113 mortos, conforme os números oficiais, e sim pelo menos 2.900 pessoas que morreram ou desapareceram.

Em coletiva, o grupo disse nesta quarta-feira que, segundo cálculos feitos com sobreviventes e familiares de San Miguel Los Lotes, a comunidade arrasada, não são 186 casas, mas 360, e que cada uma delas tinha de 10 a 14 pessoas, considerando crianças que não estão oficialmente registradas.

De acordo com Sofía Letona, uma das integrantes do Antigua Al Rescate, as crianças, que não estão registradas no Renap, o cartório nacional, são identificadas como "Peludita" ou "Canchita" porque não têm nome, um aspecto que é evidência de que alguns números são "escandalosamente" equivocados e que mostram que cerca de 3.600 pessoas moravam lá, das quais 2.900 morreram ou desapareceram e o restante foi para 21 abrigos. Dos 2.900, mais de 470 são menores.

O grupo, que disse continuar fazendo buscas na área do desastre, denunciou que não existem autoridades registrando os corpos encontrados atualmente.

"Estão mortos por inaptidão de não saber gerir uma emergência, de não ter protocolos bem coordenados para fazer uma evacuação", afirmou ela, que também denunciou que a entrada da ajuda internacional foi vetada.

A Coordenadoria Nacional para a Redução de Desastres (Conred) elevou hoje a 332 o número de pessoas desaparecidas. Desse total, 205 pertencem a San Miguel Los Lotes. Além dos mortos desaparecidos, a erupção do Vulcão de Fogo deixou 50 feridos, mais de 3 mil pessoas desalojados e mais de 1,7 milhão de afetados em Escuintla, Chimaltenango e Sacatepéquez, sendo que alguns perderam absolutamente tudo.