Confronto entre forças de Ortega e manifestantes deixa 2 mortos na Nicarágua
Pelo menos duas pessoas morreram nesta sexta-feira (13), na cidade de Masaya, na Nicarágua, onde a polícia usou armamento pesado contra manifestantes após um discurso do presidente Daniel Ortega, segundo informou a Associação Nicaraguense Pró-Direitos Humanos (ANPDH).
Um intenso confronto aconteceu em Masaya, símbolo do levante popular contra Ortega, depois de seu discurso onde encerrou a celebração sandinista da "retirada".
O uso de armamento pesado por parte da polícia foi constatado pela Agência Efe durante o confronto.
O conflito foi centrado no Parque Principal de Masaya, que termina no bairro indígena de Monimbo, ainda cheio de barricadas e o último grande bastião dos manifestantes que exigem a renúncia de Ortega.
Desde que começaram os protestos contra Ortega, no dia 18 de abril, mais de 350 pessoas morreram na repressão contra os opositores.
Nesta sexta, tudo começou quando Daniel Ortega encerrava seu discurso em uma delegacia de polícia, cercado por um forte esquema de segurança composto pelas "forças combinadas", compostas por policiais, paramilitares e grupos pró-governo.
Nesta ocasião, o presidente também contava com um círculo de segurança composto por membros da Juventude Sandinista, vestidos de preto, identificados com seus logos e armados com pistolas.
Quando Ortega pronunciava suas últimas palavras, soou um disparo que iniciou o clima de tensão na caravana governista, composta por milhares de simpatizantes.
A imagem contrastou com a registrada pelas câmeras dos veículos de imprensa oficiais durante sua chegada, quando sorridente, estava acompanhado pela sua esposa e vice-presidente Rosario Murillo.
Imediatamente os policiais procuraram se abrigar das balas para escoltar Ortega, enquanto outro grupo seguiu para o Parque Principal onde teve início o combate.
Do outro lado, os opositores se entrincheiraram atrás das barricadas.
Ao lado da estrada, na chegada a Masaya, centenas de policiais e paramilitares fortemente armados, todos com os rostos cobertos e alguns muito jovens, que davam segurança aos simpatizantes de Ortega.
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