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Cerca de 7.000 pessoas protestam em Israel contra lei de identidade judaica

15/07/2018 05h23

Jerusalém, 15 jul (EFE).- Cerca de sete mil pessoas se manifestaram ontem à noite em Tel Aviv para protestar contra o projeto de lei conhecido como "Estado-Nação" que protege o caráter judeu do Estado de Israel e que recebeu críticas por considerá-lo "discriminatório".

Os manifestantes participaram do que se denominou "um protesto de emergência" e marcharam desde a praça de Rabin até o cruzamento de Dizengoff com Bar Giora, onde aconteceram os discursos contra o projeto legal "racista, discriminatório", denunciaram, que tramita no Parlamento israelense (Knesset), informou hoje o jornal "Haaretz".

"Em um Governo que perdeu toda a vergonha, que teme sua própria sombra, a maioria pisoteia minoria, a legislação é racista e o espaço democrático está sob ameaça constante", rejeitou durante o protesto Ayman Odeh, deputada árabe-israelense da Lista Unida.

A líder do partido de esquerda Meretz, Tamar Zandberg, acusou o Governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de usar a lei para desviar a atenção dos israelenses da situação extrema em Gaza e afirmou que a única coisa que o Executivo pode oferecer são "leis racistas".

Na sexta-feira a delegação da União Europeia (UE) em Israel disse que respeita o debate interno existente no país sobre o controverso projeto de lei, depois que o embaixador europeu foi convocado por críticas a seu conteúdo.

O presidente de Israel, Reuven Rivlin, pediu esta semana emendar parte do conteúdo da polêmica legislação por ser "discriminatória", em particular, a cláusula 7b que ampara a criação de comunidades no país composto por razão de fé ou de origem.

A lei "Estado-Nação" introduz pela primeira vez o caráter judeu do país em uma Lei Básica, com categoria constitucional, e estabelece o direito à autodeterminação com exclusividade do coletivo judeu.

Esta denominação tinha sido evitada mencionar na declaração de Independência de 1948 pela oposição de algumas correntes judaicas.