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Cristina Kirchner questionará buscas em imóveis na Corte Interamericana

27/08/2018 16h42

Buenos Aires, 27 ago (EFE).- A ex-presidente e hoje senadora da Argentina, Cristina Kirchner, apresentará uma denúncia na Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) questionando a operação de busca em vários de seus imóveis no país, uma ação que faz parte das investigações de um caso de corrupção durante seu governo.

O advogado da ex-presidente, Gregorio Dalbón, disse à Agência Efe que está reunindo informações sobre a operação coordenada pelo juiz Claudio Bonadio em um apartamento de Cristina em Buenos Aires e em casas que pertencem à senadora em Río Gallegos e El Calafate.

Segundo o advogado, os direitos de Cristina foram "avassalados" durante as operações de busca nos imóveis. Por esse motivo, ele próprio vai a Washington para apresentar a denúncia pessoalmente.

"Entregarei o relatório e solicitarei que eles façam uma visita para observar como os locais estavam antes e como ficaram depois", disse o advogado da ex-presidente argentina.

Dalbón argumenta que os direitos de Cristina foram violados porque outro dos advogados da ex-presidente, Carlos Beraldi, que recebeu os agentes no apartamento de Buenos Aires, foi expulso do local. A operação, segundo ele, durou cerca de 12 horas.

"Expulsar o advogado, que foi quem abriu a porta para que a revista ocorresse, é realmente avassalar os direitos humanos", afirmou Dabón.

Na manhã desta segunda-feira, Beraldi denunciou ilegalidades nas ações nos três imóveis da ex-presidente. Segundo ele, o fato de ter sido impedido de presenciar a operação constituiu uma "violação das disposições constitucionais".

Em carta divulgada na semana passada, Cristina pediu que as operações não fossem registradas em vídeos ou imagens. Além disso, solicitou que os agentes fossem acompanhados de seus advogados e de um senador que seria escolhido por ela. Bonadio negou os pedidos.

"Me parece que Bonadio passou de todos os limites, além de não ser o juiz natural da causa. Foi uma das revistas mais longas da história do direito do mundo. Em El Calafate ela começou na sexta-feira e terminou na manhã de hoje", criticou Dalbón.