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Netanyahu diz que túneis desde o Líbano são "um ato de guerra"

19/12/2018 11h22

Jerusalém, 19 dez (EFE).- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quarta-feira que os túneis de ataque desde o Líbano para Israel, quatro dos quais foram descobertos pelo Exército nos últimos dias, "não são só um ato de agressão, são um ato de guerra".

Em entrevista coletiva, Netanyahu também acusou o Exército libanês de apoiar e tolerar as agressões da milícia xiita Hezbollah no sul do Líbano, à qual acusou de cometer "crimes de guerra contra os civis israelenses e os civis libaneses".

Netanyahu pediu à Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL) que tome medidas, a acusou de passividade e chamou a comunidade internacional - horas antes de uma reunião do Conselho de Segurança sobre a questão - a condenar o grupo armado, o Governo de Beirute e o Irã por "pôr em risco os civis israelenses e os libaneses".

Desde 4 de dezembro, Israel está detectando e neutralizando, em uma operação militar que chamou Escudo do Norte, túneis subterrâneos que o líder israelense declarou que são parte de "um plano de guerra" de Hezbollah.

"Um plano confirmado pela FINUL", acrescentou.

O Governo israelense assegura que a milícia xiita atua deste modo porque está apoiada pelo Irã, armamentista e economicamente ("com dinheiro conseguido pelo pacto nuclear"), e que o objetivo de ambos é a "eliminação de Israel da face da terra".

Ao ser perguntado se acreditava que o Exército libanês sabia da escavação dos túneis em tempo real, o primeiro-ministro israelense negou, pois "poucas pessoas sabiam", afirmou.

"Mas agora sabem. Agora deveriam entrar nos túneis e neutralizá-los, e não estão fazendo isso", acusou Netanyahu.

O chefe de Governo israelense apontou o fracasso "do Exército libanês: que miram em nós ao invés de mirar no Hezbollah, ao invés de proteger seu povo e deter o terrorismo".

As Forças Armadas libanesas "não podem ou não querem fazer nada" para evitar que seu território "seja utilizado para fazer túneis para matar" cidadãos israelenses.

À comunidade internacional, Netanyahu pediu que "responsabilize o Irã, Hezbollah e o Líbano", do que não só é "uma violação da segurança e soberania israelense", mas "da de todo o mundo".

Para isso, deve designar "o Hezbollah na sua totalidade como uma entidade terrorista, impor sanções e impedir que use o território libanês para agredir", e estender o mandato da FINUL para que tenha "acesso a todas as zonas, privadas e públicas no Líbano" e possam chegar rápido a todas partes "antes que tapem as provas e destruam evidências".

Netanyahu acusou a milícia libanesa de utilizar um terço das casas do sul do país para suas atividades militares e afirmou que seu país "fará todo o necessário para se defender".

Segundo o chefe do Governo israelense, quando a guerra com o Líbano acabou em 2006, havia no país vizinho 15 mil mísseis, um número que hoje aumentou para 150 mil diante da passividade da ONU, por isso que avaliou positivamente que UNIFIL tenha condenado os túneis como uma violação. EFE