Tribunal confirma sentença que decreta prisão preventiva de Cristina Kirchner
Buenos Aires, 20 dez (EFE).- Um tribunal da Argentina confirmou nesta quinta-feira uma sentença assinada em setembro para prender preventivamente a ex-presidente Cristina Kirchner, acusada de ter recebido milhões em propinas quando estava no governo, mas ela seguirá em liberdade por ser senadora e ter foro privilegiado.
A Câmara Federal de Buenos Aires, responsável por analisar os recursos apresentados pelas defesas dos acusados, também confirmou a acusação de Julio de Vido, ex-ministro de Planejamento Federal, já preso, de acordo com fontes da Justiça ouvidas pela Agência Efe.
O ex-ministro e a ex-presidente são acusados de organizar uma quadrilha para receber propina, escândalo que ficou conhecido como "caso dos cadernos".
Desde que o escândalo foi revelado, no início de agosto, dezenas de importantes empresários e ex-funcionários do governo foram processados. Alguns se tornaram delatores e reconheceram a existência do esquema ao juiz Claudio Bonadio, acusando diretamente Cristina Kirchner e seu marido, Néstor Kirchner, morto em 2010.
Entre os empresários envolvidos estão o pai, o irmão e um primo do atual presidente do país, também convocados a prestar depoimento.
O caso começou depois da Justiça obter as anotações, fotos e vídeos feitos ao longo de uma década por Oscar Centeno, motorista de De Vido e do subsecretário de Coordenação de Planejamento Federal, Roberto Baratta. O motorista escrevia em cadernos quando recebia ordens para transportar milhões de dólares de empresários para serem distribuídos aos funcionários do governo envolvidos no caso.
O material, segundo as investigações, comprova a existência de uma organização criminosa comandada por Néstor, Cristina e De Vido.
Na fase de instrução do julgamento, Bonadio afirmou que há indícios que apontam que Baratta e outros funcionários do ministério comandados por De Vido cobraram propina de diferentes empresários.
O dinheiro era transferido depois, na maioria dos casos, em veículos conduzidos por Centeno. No fim, a propina acabava chegando, segundo o juiz, aos verdadeiros beneficiários do esquema - Néstor, Cristina e Julio de Vido. EFE
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