Resgate de meninos em caverna monopolizou atenções na Tailândia em 2018
Noel Caballero.
Bangcoc, 21 dez (EFE).- A Tailândia viveu um 2018 de orgulho nacional com o difícil resgate de 12 meninos e de seu professor de futebol em uma caverna onde ficaram presos por mais de duas semanas, e após o qual, graças à enorme fama internacional que o grupo ganhou, os fez viajar e receber homenagens em vários países.
Embora em um primeiro momento a junta militar que governa o país desde 2014 tenha recomendado cautela e implementado uma série de medidas para evitar a exposição midiática dos menores, as autoridades rentabilizaram o acontecimento com festas e deram sinal verde para os garotos viajarem a Argentina, Estados Unidos e Reino Unido.
Até o fim do ano, está previsto o término das obras de um espaço que abrigará, na entrada da caverna, uma exposição de fotos e objetos utilizados na operação de salvamento, informou à Agência Efe um funcionário do Parque Natural Tham Luang Nang Non, onde fica a caverna. Na entrada, agora transformada em ponto de interesse para turistas e curiosos, também será colocada uma enorme estátua em homenagem ao mergulhador voluntário Samarn Kunan, que morreu durante os trabalhos de resgate.
Os 12 garotos, de 11 a 16 anos, e o treinador, de 26, integrantes do time de futebol Javalis Selvagens, entraram na caverna do parque, que fica no norte do país, em 23 de junho após um treino, mas uma súbita tempestade inundou a galeria subterrânea e bloqueou o caminho de volta. Centenas de jornalistas do mundo todo se concentraram nas imediações do pacato distrito de Mai Sae, na província de Chiang Rai, para acompanhar minuto a minuto a busca e posterior missão salvamento.
O grupo resistiu dentro da caverna sem comida e só bebendo a água que brotava pelas porosas paredes. O serviço de emergência criado, do qual participavam voluntários internacionais, localizou os jovens nove dias depois do desaparecimento em um terreno seco a quatro quilômetros de distância da entrada.
A operação de busca evoluiu então para uma complicada missão de salvamento através de passagens subterrâneas estreitas e parcialmente inundadas e foi finalizada no dia 10 de julho com todos os garotos salvos. Médicos militares deixaram todos alimentados e trataram os que estavam feridos ainda dentro da caverna, enquanto do lado de fora era elaborado um processo de retirada escalonada que durou três dias.
Os resgatistas levaram os meninos em macas individuais, enquanto eles permaneciam sedados durante todo o trajeto para evitar que o pânico nas imersões feitas com a ajuda de máscaras de oxigênio para que eles pudessem respirar normalmente.
Na saída, os meninos e o treinador ficaram no Hospital Geral de Chiang Rai por cerca de uma semana, onde recuperaram as forças e foram tratados de infecções menores. Quando receberam alta, falaram com a imprensa em grandes coletivas e deram dezenas de entrevistas. Nos atos, os garotos participaram com os uniformes e as perguntas eram filtradas pelo chefe do departamento de psicologia que tratou os menores.
Em outubro, os 12 garotos e o treinador participaram, em Buenos Aires, da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos da Juventude 2018. Eles voltaram a calçar as chuteiras na Argentina para disputar uma partida amistosa contra a equipe juvenil do River Plate.
Eles também visitaram as cidades americanas de Nova York e Los Angeles, onde deram entrevistas e visitaram o escritório da Organização das Nações Unidas. Para completar a volta ao mundo, pararam em Manchester para assistir a uma partida do Campeonato Inglês e conhecer alguns de seus ídolos do mundo do futebol.
O porta-voz do governo tailandês, Weerachon Sukoondhapatipak, afirmou que o propósito da excursão era "mostrar ao mundo" que os meninos estão bem e dar aos garotos a oportunidade de agradecer pelo esforço internacional para o resgate. EFE
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