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Ex-primeiro-ministro paquistanês Nawaz Sharif é condenado por corrupção

24/12/2018 10h17

Islamabad, 24 dez (EFE).- A Justiça do Paquistão condenou nesta segunda-feira a sete anos de prisão o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif por possuir uma fábrica de aço e declarou que ele é inocente em outro caso de corrupção, depois de ele já ter sido sentenciado a dez anos de prisão em julho.

O juiz Arshad Malik, do Gabinete Nacional de Responsabilidade (NAB), o órgão de combate à corrupção, condenou Nawaz a sete anos de prisão e ao pagamento de uma multa de US$ 2,5 milhões por considerar que a empresa Al-Azizia Steel Mills, em nome de um dos seus filhos na Arábia Saudita, pertence ao ex-primeiro-ministro, que não conseguiu provar como financiou esse projeto. Ao mesmo tempo, o juiz inocentou Sharif de outro caso de suposta corrupção envolvendo uma empresa de investimentos no Reino Unido.

Após o anúncio da sentença, Nawaz foi detido e levado pela Polícia, em um forte esquema de segurança. Houve enfrentamento entre cerca de 500 simpatizantes do político e a Polícia nas imediações do tribunal. Os apoiadores de Nawaz tentaram chegar ao tribunal e lançaram pedras na direção dos agentes, que responderam com gás lacrimogêneo.

O ex-primeiro-ministro foi condenado e preso em 2017 pela posse de quatro apartamentos de luxo em uma área nobre de Londres, mas foi liberado em setembro, enquanto a Justiça estuda a sua apelação.

Sharif, de 68 anos, foi inabilitado em julho de 2017 pelo Tribunal Supremo por não declarar o dinheiro que recebeu de uma empresa de um filho, irregularidade descoberta após a publicação do Panama Papers.

Esses documentos revelaram em abril de 2016 que três dos quatro filhos de Sharif criaram empresas nas Ilhas Virgens Britânicas com as quais controlavam propriedades em Londres, o que levou o Supremo a abrir uma investigação após um ano de protestos da oposição. A investigação revelou também a existência da empresa Al-Azizia Steel Mills na Arábia Saudita e a companhia de investimentos no Reino Unido.

Em julho, pouco antes das eleições gerais, que o partido de Nawaz perdeu, o ex-primeiro-ministro foi condenado a dez anos de prisão pela posse dos apartamentos em Londres, e sua filha, Maryam, condenada a sete anos de prisão. Os dois foram presos, mas em setembro a sentença foi suspensa pelo Tribunal Superior de Islamabad, enquanto a apelação que eles apresentaram é estudada. EFE