Rebeldes chadianos sequestram 6 soldados em ataque a quartel na Líbia
Trípoli, 27 dez (EFE).- O ataque de rebeldes chadianos ao quartel da "Décima Brigada", dirigida pelo marechal Khalifa Hafter, homem forte do leste da Líbia, terminou com seis soldados sequestrados, um tenente-coronel morto e dez pessoas feridas, informou à Agência Efe uma fonte de segurança.
De acordo com essa fonte, entre os sequestrados está um general que foi ferido na cabeça e no peito durante o ataque. A ação aconteceu de madrugada, na cidade de Traghan, e os criminosos fugiram como 22 veículos militares.
As milícias do sul da Líbia esperam a ajuda prometida tanto pelo governo apoiado pela ONU quanto pelo marechal para expulsar forças rebeldes chadianas e sudanesas que entraram no país em 2011 aproveitando a revolta rebelde que conseguiria, com o apoio militar da Otan, derrubar o ditador Muammar Kadhafi.
Do Chade entraram unidades do opositor Frente para a Alternância e a Concordia do Chade e do Sudão chegaram guerrilheiros do Movimento por Justiça e Igualdade e do Exército de Libertação do Sudão, que há mais de 40 anos lutam pela independência de Darfur.
Decidido a se apropriar da região sul, importante para o controle da Líbia, Hafter anunciou em outubro deste ano o início de uma grande operação militar na área. Relatórios da ONU apontam que os dois grupos do Sudão têm apoio estratégico, logístico e de armamento do marechal.
Khalifa Hafter, um antigo membro da cúpula militar que levou Kadhafi ao poder, domina o leste da Líbia e os seus principais recursos petroleiros. A falta de mais poder econômico e força militar estão impedindo que ele entre em Trípoli, domine o oeste e acabe com a resistência da cidade-estado de Misrata, que apoia às forças chadianas no sul.
A Líbia é vítima do caos e da guerra civil. Atualmente, existem três focos de poder: um governo apoiado pela ONU em Trípoli, um Parlamento na cidade de Tobruk sob o comando de Hafter, e Zintan e Misrata, onde fica o principal porto comercial do país. A isso se unem centenas de milícias, grupos jihadistas e redes de contrabando de pessoas, combustível, armas e até alimentos, que definem e controlam a economia do país. EFE
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