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Surto de ebola na República Democrátida do Congo já matou mais de 400 pessoas

15/01/2019 16h58

Kinshasa, 15 jan (EFE).- O Ministério da Saúde da República Democrática do Congo (RDC) calculou nesta terça-feira em 402 o número de mortes pelo surto de ebola no nordeste do país.

Em um relatório elaborado com dados coletados até ontem, as autoridades indicaram que, das 402 mortes, 353 estão confirmadas com testes de laboratório e 49 ainda são prováveis.

Além disso, calcula-se que total de casos de contágio é de 658, dos quais 609 estão confirmados e os mesmo 49 são prováveis.

Este surto - o mais letal da história da RDC e o segundo do mundo por mortes e casos, após a epidemia na África Ocidental de 2014 -, foi declarado em 1º de agosto nas províncias de Kivu do Norte e Ituri.

No entanto, o controle da epidemia foi prejudicado pela rejeição de algumas comunidades a receber tratamento e a insegurança na região, onde operam vários grupos armados.

Trata-se do segundo surto declarado em 2018 na RDC, só oito dias depois de o ministro da Saúde, Oly Ilunga, proclamar o fim da epidemia anterior, no oeste do país.

Esta epidemia já superou a mais mortífera da história da RDC, que aconteceu na cidade de Yambuku (norte) no final de agosto de 1976 e considerada como o primeiro surto de ebola registrado, que deixou 280 mortos entre 318 casos.

Desde 8 de agosto do ano passado, quando começaram as vacinações, 60.460 pessoas foram inoculadas, a maioria nas cidades de Mabalako, Beni, Mandima, Katwa e Butembo, de acordo com os últimos números do Ministério da Saúde.

O vírus do ebola é transmitido através do contato direto com o sangue e os fluidos corporais contaminados, provoca febre hemorrágica e pode chegar a uma taxa de mortalidade de 90% se não for tratado a tempo.

O surto mais devastador em nível global foi declarado em março de 2014, com casos que se remontam a dezembro de 2013 na Guiné, tendo se expandido a Serra Leoa e Libéria.

Quase dois anos depois, em janeiro de 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim desta epidemia, na qual morreram 11.300 pessoas e mais de 28.500 foram contagiadas, números que, segundo esta agência da ONU, podem ser considerados conservadoras. EFE