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Ataques de tubarões matam 5 pessoas em 2018 no mundo todo

28/01/2019 19h18

Miami, 28 jan (EFE).- Cinco pessoas morreram em decorrência de ataques de tubarões no mundo todo em 2018, um ano no qual os incidentes não provocados foram inferiores à média e no qual mais da metade das vítimas foram surfistas ou praticantes de outros esportes com prancha, segundo um relatório científico divulgado nesta segunda-feira.

O Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões (ISAF), uma entidade da Universidade da Flórida com sede em Gainesville, averiguou 130 incidentes entre humanos e tubarões em 2018, dos quais catalogou 66 como não provocados, um número inferior aos 84 registrados em média anualmente no período 2013-2017.

Cinco pessoas morreram no ano passado por causa de ataques de tubarões e em quatro destes casos - ocorridos no Brasil, nos Estados Unidos, na Austrália e no Egito - não houve provocação.

O ISAF, que recopila dados desde 1958, destaca em seu relatório que o número de ataques pode variar a cada ano por uma série de fatores oceanográficos, socioeconômicos e meteorológicos que influenciam tanto na quantidade de humanos que entram no mar para se banhar, pescar ou fazer esporte como no tamanho da população de tubarões.

O determinante é que quantos mais humanos e mais tubarões houver no mar "maior será a possibilidade de que se encontrem".

A esse respeito, os cientistas do ISAF indicam que as populações de tubarões estão em queda na maior parte do mundo como consequência da sobrepesca e da perda do seu habitat.

Enquanto a cada ano morrem seis pessoas por causa dos ataques de tubarões, os pescadores matam 100 milhões de tubarões e arraias ao ano, segundo o relatório.

"É urgente que atuemos para manter estas espécies e os habitats associados a elas para assegurar sua sustentabilidade em longo prazo", assinalam os cientistas do ISAF.

Quase metade dos ataques de 2018 (32 de 66) nos quais não houve "provocação" por parte dos humanos aos tubarões aconteceu nos Estados Unidos.

A Austrália, com 20 casos, e Brasil e Egito, com três cada um, seguem na lista de 2018, que também inclui África do Sul (dois casos), Bahamas, Costa Rica, ilhas Galápagos (Equador), Tailândia, Nova Caledônia e Nova Zelândia, com um ataque cada um.

O estado da Flórida, com 16 ataques não provocados, é o "número um" dos Estados Unidos em 2018, uma posição que mantém historicamente.

A diminuição do número de ataques não provocados foi especialmente significativa na Flórida, onde a média anual foi de 30 casos no período 2013-2017.

Quanto às vítimas dos ataques de 2018, 53% do total foram surfistas ou praticantes de outros esportes com pranchas, seguidos de nadadores e pessoas que pescam com botas dentro da água (30%), mergulhadores com tubo ou sem equipamento (6%) e mergulhadores com tubos de oxigênio (5%). EFE