Ator que intepreta 'El Chapo' se encontra com o traficante em tribunal
Nova York, 28 jan (EFE).- O ator mexicano Alejandro Edda, que interpreta Joaquín Guzmán, conhecido como "El Chapo", na série "Narcos" da Netflix, confessou que se sentiu "intimidado" ao se encontrar cara a cara, pela primeira vez, com o homem que inspirou o personagem, na sala do tribunal de Nova York, onde está sendo julgado por narcotráfico.
"Fiquei nervoso. Assim que ele me viu, me cumprimentou de longe. É intimidador de certa forma. Olhei muito atento, sinto que está muito concentrado no que está acontecendo", disse o ator, de 34 anos, que foi contratado em 2017 para interpretar o compatriota.
Edda explicou que soube pela imprensa que o julgamento estava aberto ao público e viajou a Nova York para conhecer "El Chapo". O ator planeja passar a semana toda em Nova York para acompanhar o caso de perto.
"Vim para estudar um homem que, de certa maneira, é como um mito. Estou estudando um personagem, um ser humano. Eu me concentro em gestos, no seu olhar, nas suas feições", detalhou.
Segundo o ator, analisando a situação "pelo lado humano, é triste porque dá para sentir que há todo o poder dos EUA contra uma só pessoa, ele não fala inglês e parece que está engaiolado em um lugar alheio".
"Mas, falando como mexicano, ele deve pagar pelos seus crimes. Muita gente, milhares de pessoas morreram por causa do narcotráfico. É triste, me dói pelo meu país", declarou Edda, que disse que se apresentou a Emma Coronel, esposa de "El Chapo", que comparece diariamente ao tribunal, mas que não conversou com ela.
Essa é a primeira vez que Alejandro Edda assiste a um julgamento. O ator ressaltou que uma história sempre tem dois pontos de vista e que sempre há uma verdade.
"Considero que a verdade está de certa maneira oculta e que El Chapo é possivelmente uma marionete em tudo isto. Lá fora e aqui, possivelmente, muitos que têm a ver com este crime (narcotráfico) estão livres", afirmou.
Edda destacou que, como ator, nunca julga seus personagens: "De certa forma, criamos empatia com eles. É bonita essa conexão, mas aqui estamos falando de um criminoso. Não o julgo, é uma ficção, estamos fazendo uma série de televisão de uma pessoa que está viva, e fazer tudo com respeito". EFE
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.