EUA asseguram que não acordaram com talibãs retirada de tropas do Afeganistão
Cabul, 28 jan (EFE).- O enviado especial dos Estados Unidos para a paz no Afeganistão, Zalmay Khalilzad, afirmou ao Governo afegão que não acordou com os talibãs a retirada das tropas americanas do país, uma exigência dos insurgentes para avançar nas negociações após 17 anos de conflito.
Após seis dias de conversas com a delegação política dos talibãs em Doha, que terminaram no sábado, Khalilzad viajou para Cabul, onde informou ao presidente afegão, Ashraf Ghani, sobre os avanços do encontro e esclareceu que não houve acordo sobre a retirada das tropas, informou nesta segunda-feira o Governo afegão em comunicado.
"Os talibãs pediram a retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão, mas até agora os americanos não chegaram a um acordo com eles", afirmou Khalilzad, segundo uma declaração coletada pelo Palácio Presidencial afegão, com a qual desmentia as informações divulgadas em alguns meios de comunicação.
"Antes de tomar qualquer decisão a respeito das tropas estrangeiras, a mesma será coordenada e discutida exaustivamente com o Governo afegão", ressaltou Khalilzad ao presidente Ghani.
Também disse que "não eram realizadas conversas e nem discussões sobre a futura estrutura política do Afeganistão", rejeitando também supostos vazamentos sobre um acordo entre os Estados Unidos e os talibãs a respeito.
As afirmações divulgadas em alguns veículos de imprensa sobre um acordo para "um governo interino estão totalmente equivocadas, nunca foi discutido este tema nas conversas de Doha, já que não tenho a autoridade e nem é minha responsabilidade", sentenciou Khalilzad.
O enviado especial americano reiterou que a prioridade de Washington é conseguir que os talibãs conversem diretamente com o Governo afegão, por isso que seu trabalho procura "facilitar um processo de paz afegão".
A delegação americana, disse, voltará a se reunir com os talibãs para discutir a participação das autoridades afegãs nos diálogos, um objetivo que sempre topou com a negativa dos insurgentes, que consideram o Governo afegão como uma mera "marionete" de Washington.
Khalilzad afirmou também que embora "o cessar-fogo tenha sido discutido com os talibãs, até agora não foi possível nenhum avanço".
Nos últimos meses, insurgentes e americanos mantiveram várias reuniões nos Emirados Arabes Unidos e Catar, e os talibãs, além disso, se reuniram com representantes iranianos em Teerã no final de dezembro.
Desde o fim da missão de combate da OTAN, em janeiro de 2015, o Governo afegão foi perdendo terreno diante dos insurgentes e controla 56% do país, segundo dados da Inspeção Geral Especial para a Reconstrução do Afeganistão (SIGAR) do Congresso dos Estados Unidos. EFE
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