EUA e Rússia tentam impulsionar resoluções sobre a Venezuela na ONU
Nações Unidas, 11 fev (EFE).- Estados Unidos e Rússia estão tentando impulsionar no Conselho de Segurança da ONU resoluções sobre a Venezuela, com Washington respaldando as posturas da oposição e Moscou em defesa do governo de Nicolás Maduro.
Analistas dos 15 Estados membros devem se reunir nesta segunda-feira para discutir os textos, mas uma votação não deve acontecer em breve, segundo fontes diplomáticas.
A minuta da resolução americana aponta a Assembleia Nacional (Parlamento), de maioria opositora, como "a única instituição eleita democraticamente na Venezuela" e respalda suas ações.
A oposição venezuelana considera ilegítimas as eleições de maio do ano passado, nas quais Nicolás Maduro foi reeleito presidente, e que foram questionadas por boa parte da comunidade internacional.
A crise se agravou depois que no dia 23 de janeiro, o chefe do Parlamento, Juan Guaidó, se declarou presidente interino ao invocar artigos da Constituição venezuelana e obteve o apoio de países da União Europeia e da América, entre eles os EUA.
Nesse sentido, o texto dos EUA sugere que as eleições nas quais Maduro foi reeleito não foram "nem livres, nem justas" e pede novo pleito para sair da crise.
A resolução dos EUA defende que seja iniciado "imediatamente" um "processo político que leve a eleições presidenciais livres, justas e críveis" sob observação internacional e apoiadas pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, para utilizar seus "bons ofícios" para fazer avançar esta via.
O texto também denuncia a "violência e o uso excessivo da força por parte das autoridades venezuelanas contra manifestantes pacíficos e desarmados" e convida todas as partes a evitar "uma escalada" da tensão.
A proposta de Washignton aborda também a situação humanitária, ressaltando a necessidade de "evitar uma maior deterioração" e de "facilitar o acesso e a entrega de assistência a todos aqueles que precisam na totalidade do território da Venezuela".
O governo dos EUA, junto ao da Colômbia, iniciou uma operação para levar remédios e alimentos à Venezuela, uma iniciativa que foi rejeitada por Maduro, que a vê como o princípio de uma intervenção americana.
Enquanto isso, o texto circulado pela Rússia considera a situação na Venezuela um assunto interno e critica qualquer tentativa de intervenção, segundo fontes diplomáticas.
A proposta de Moscou expressa preocupação com as ameaças do uso da força na Venezuela, em mensagem dirigida às advertências feitas por Washington, e defende o diálogo como a única via para resolver a crise.
Dado que tanto EUA quanto Rússia são membros permanentes do Conselho de Segurança, ambos têm capacidade para vetar resoluções.
Até agora, o Conselho se mostrou muito dividido em torno da crise venezuelana, que foi discutida formalmente em uma sessão pública no dia 26 de janeiro.
Na ocasião, a Rússia tentou sem sucesso impedir a realização dessa reunião e teve sua postura apoiada por outros três países: China, África do Sul e Guiné Equatorial, enquanto outros dois (Costa do Marfim e Indonésia) se abstiveram.
Os nove votos que a favor de abordar a crise (Bélgica, República Dominicana, França, Alemanha, Kuwait, Peru, Polônia, Reino Unido e EUA) são o mínimo necessário para desenvolver iniciativas no Conselho de Segurança.
Segundo uma fonte diplomática, é muito difícil que os EUA consigam reunir mais apoios neste caso, sobretudo pela demanda por eleições, que alguns governos temem que depois isso possa ser utilizado contra si próprios.
A respeito do momento de uma possível votação, se é que chegará a acontecer, outra fonte descartou que a priori pode ocorrer nesta semana, dado que os embaixadores dos 15 países têm uma viagem oficial à África. EFE
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