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Caravana de deputados venezuelanos é atacada a caminho da fronteira

22/02/2019 12h12

Caracas, 22 fev (EFE).- Um grupo de aproximadamente 15 deputados que partiu ontem de manhã em três ônibus de Caracas para o estado de Táchira, na fronteira com a Colômbia, foi atacado na madrugada desta sexta-feira, deixando o motorista de um dos veículos ferido, informou o Parlamento.

"A caravana de deputados que vai para a cidade de San Cristóbal Táchira foi atacada por dois objetos contundentes perto de Guanare. Um deles feriu gravemente o motorista de uma unidade", informou o Parlamento no Twitter, onde também publicou imagens do vidro quebrado do ônibus e da pedra arremessada.

Na caravana há cerca de 15 políticos e suas equipes de trabalho, que vão buscar a ajuda humanitária que está guardada na cidade colombiana de Cúcuta, conforme disse à Agência Efe a legisladora Mariela Magallanes.

A opositora, que está no grupo, disse que o motorista ferido foi levado para o hospital público, mas precisou ser transferido.

"O levamos para um centro de saúde em Araure, mas não havia qualquer tipo de insumo para atendê-lo, nem para os primeiros socorros. Tivemos que levá-lo a um hospital particular e ele tomou cinco pontos", indicou.

Diante do ataque, os parlamentares decidiram parar por razões de segurança e retomar o trajeto hoje de manhã.

A caravana enfrentou obstáculos em pelo menos em três ocasiões, já que militares bloquearam a passagem nos estados de Carabobo, Cojedes e Portuguesa. Alguns deputados que foram em carros particulares, no entanto, já chegaram a outros estados da fronteira, como Bolívar, no limite com o Brasil, de acordo a informação dos próprios legisladores em suas contas do Twitter.

A Venezuela vive uma crise econômica e política há cinco anos e que se acentuou em janeiro. No meio desta situação, Guaidó, que se declarou presidente interino do país por considerar o governante de Nicolás Maduro ilegítimo, estabeleceu como prioridade a entrada de ajuda humanitária no país. As doações vêm dos Estados Unidos e de outras nações e estão em pontos de apoio na Colômbia, no Brasil e em Curaçao.

Ontem à noite, no meio da recusa do governo chavista de aceitar as doações, Maduro determinou o fechamento da várias fronteiras, entre elas a com o Brasil. Poucas horas depois, Guaidó ordenou a abertura da fronteira com o Brasil e a continuidade das relações diplomáticas com as ilhas de Bonaire, Aruba e Curaçao, três territórios que fazem parte da Holanda. EFE