Sequestrador de avião em Bangladesh já tinha sido detido por sequestro

Daca, 25 fev (EFE).- O homem que no domingo tentou sequestrar um avião da companhia aérea Biman Bangladesh Airlines com mais de 100 passageiros a bordo, tinha sido detido em 2012 pelo vínculo com um caso anterior de sequestro, informou nesta segunda-feira o Batalhão de Resposta Imediata de Bangladesh (RAB, em inglês).

O RAB informou, em comunicado, que o homem, identificado como Palash Ahmed, foi detido em 2012 pela cumplicidade em um sequestro e ficou preso em março desse mesmo ano durante 15 dias.

A declaração escrita não diz se na época foram formuladas acusações contra Ahmed, que então tinha 18 anos.

O presidente da Autoridade de Aviação Civil de Bangladesh, vice-marechal M. Naim Hassan, disse à Agência Efe que de acordo com as investigações preliminares, a arma utilizada pelo autor dos fatos "parece falsa".

"O padrão de comportamento e os fatos em geral sugerem que estava psicologicamente desequilibrado", disse.

O avião, da companhia aérea nacional Biman Bangladesh Airlines, com 134 passageiros e 14 tripulantes a bordo, tinha partido de Daca rumo o Dubai, embora antes deveria fazer escala no aeroporto de Chittagong, no sudeste do país.

No entanto, em pleno voo, o piloto informou às autoridades aeroportuárias sobre o "sequestro", o que deu início a uma operação militar.

Após a aterrissagem e a evacuação de emergência, os passageiros e a tripulação deixaram a aeronave em segurança, restando apenas o sequestrador no interior da mesma, armado unicamente com uma pistola.

Veículos de imprensa locais divulgaram versões relatadas pelos passageiros que viajavam na aeronave que asseguraram ter ouvido disparos.

O vice-marechal Hassan, no entanto, explicou hoje que os passageiros, sob a tensão do momento, podem ter confundido os sons.

Consultado pela Efe, o RAB indicou que a impressão digital do sequestrador mostrou que o seu nome é Palash Ahmed.

O homem "era um passageiro da rota nacional Daca-Chittagong que ocupava o assento número 17A. Ainda estamos investigando detalhes da sua atividade criminosa", indicou à Efe o porta-voz da RAB Mizanur Rahman.

"Não estamos descartando nenhum motivo", acrescentou.

As autoridades informaram ontem que o homem, que se identificou com o nome de Mahadi, exigiu "falar com a honorável primeira-ministra (Sheikh Hasina) e com sua esposa".

As autoridades de aviação civil de Bangladesh formaram um comitê de cinco membros para investigar o incidente.

"Até agora, sabemos que é uma arma falsa, mas ainda estamos na etapa inicial da investigação", indicou Mokabbir Hossain, chefe da investigação do corpo de elite.EFE