Irã diz que falaria abertamente se tivesse cometido ataques no Golfo Pérsico
Teerã, 17 jun (EFE).- O chefe de Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, Mohamad Hosein Baqeri, afirmou nesta segunda-feira que o Irã faria qualquer ação no golfo Pérsico "abertamente", depois que Washington atribuiu a Teerã os recentes ataques.
"Se a República Islâmica do Irã estivesse decidida a impedir a exportação de petróleo pelo Golfo Pérsico, faria abertamente e informaria publicamente", ressaltou Baqeri, citado pela emissora de televisão estatal, em alusão aos ataques.
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Baqeri insistiu que o Irã "não tomará nenhuma medida às escondidas", ao contrário dos Estados Unidos, a quem acusou de "transformar o mundo em um lugar inseguro junto com seus seguidores regionais".
O militar também afirmou que as Forças Armadas do Irã estão monitorando "a situação na região e os movimentos dos inimigos" e advertiu que darão "uma resposta arrasadora a qualquer agressão no momento adequado".
"Os EUA estão fazendo pressão para obrigar o Irã a escolher entre duas opções: a guerra ou a negociação, mas a República Islâmica optou pela resistência", ressaltou Baqeri.
O presidente dos EUA, Donald Trump, responsabilizou o Irã pelos ataques da última quinta-feira contra dois navios petroleiros no mar de Omã, mas disse que ainda está disposto a ter conversas com as autoridades iranianas.
Esta oferta de diálogo surge, no entanto, em um momento de grande pressão contra o Irã, a quem os EUA impuseram desde o ano passado várias sanções após saírem unilateralmente do acordo nuclear de 2015.
A tensão no golfo Pérsico, onde os EUA decidiram aumentar sua presença militar, aumentou em maio após uma sabotagem a quatro petroleiros em um porto nos Emirados Árabes Unidos, similar aos ataques da semana passada.
Washington atribuiu esses últimos ataques ao Irã, que negou seu envolvimento nos fatos, enquanto a comunidade internacional optou por pedir prudência até que uma investigação imparcial esclareça o ocorrido.
As autoridades iranianas ameaçaram em várias ocasiões no passado bloquear o estratégico estreito de Ormuz, por onde passa um quinto do petróleo mundial, se os EUA impedirem totalmente suas exportações do produto com as sanções. EFE