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Filha de brasileira assassinada na Espanha pede ajuda para repatriar corpo

19/06/2019 14h15

Madri, 19 jun (EFE).- A família da brasileira Ana Lucia da Silva, de 49 anos, vítima número mil da violência de gênero na Espanha desde que o país começou a recopilar esses dados, iniciou uma campanha de financiamento coletivo virtual para custear as despesas de repatriação do corpo ao Brasil.

A mobilização foi registrada na plataforma "Go Fund Me" em nome de Raquel, filha da vítima que residia com ela em Córdoba (sul da Espanha), com o objetivo de arrecadar 5,7 mil euros.

Segundo confirmaram nesta quarta-feira as autoridades espanholas, o assassinato da mulher, ocorrido na sexta-feira passada, foi um crime de gênero cometido pelo seu namorado, que cumpria liberdade condicional após uma condenação anterior pela morte de uma ex-companheira.

De acordo com as investigações, Salvador Ramírez matou Ana Lucia na casa em que a brasileira residia e incendiou o imóvel antes de se suicidar.

"O meu desejo é levá-la outra vez ao Brasil para que meus quatro irmãos possam ter a oportunidade se despedir. Agora não tenho dinheiro para pagar as despesas funerárias e muito menos para fazer a repatriação do corpo e ainda não recebi nenhuma ajuda social", segundo escreveu Raquel para explicar a campanha, intitulada "Ajuda a um enterro digno (Repatriação)".

Em um vídeo que acompanha o texto, a irmã da vítima, Priscila da Silva, pede a colaboração de "todas as pessoas que possam ajudar economicamente" para enviar o corpo ao Brasil, de acordo com o desejo dela e de seus filhos.

Fontes do Ministério de Relações Exteriores do Brasil esclareceram à Agência Efe que não há previsão orçamentária ou legal para custear a repatriação de brasileiros que morrem no exterior.

Além disso, as fontes acrescentaram que o consulado do Brasil em Madri está a par do caso e que, se os familiares solicitarem, prestará assistência sobre os trâmites legais para a repatriação do corpo e apoio para falar com autoridades locais e desenvolver investigações.

"O Ministério das Relações Exteriores tem conhecimento do caso e está em contato com a Polícia Nacional da Espanha", ressaltaram as fontes.

O consulado do Brasil, por sua vez, explicou à Efe que ligou para a família de Ana Lúcia da Silva, em Córdoba, depois de ter conhecimento de sua morte.

Segundo o jornal espanhol "Diário de Córdoba", Priscila da Silva lamentou que o Brasil não tenha oferecido ajuda, mas sim a Espanha, já que a Câmara Municipal de Córdoba disse que é possível enterrá-la na cidade de maneira gratuita caso a família não tenha recursos. EFE